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Perigoso peixe invasor é achado em praia baiana

Um exemplar do peixe-leão (Pterois volitans) foi capturado no último sábado (19) por pescadores em Taipu de Dentro, estuário localizado no município de Maraú, na Baía de Camamu, litoral sul da Bahia. A ocorrência da espécie, considerada invasora, reacende o alerta de pesquisadores e ambientalistas sobre os riscos ao equilíbrio ambiental marinho na região Nordeste.

O peixe-leão é originário da região do Indo-Pacífico e foi identificado pela primeira vez no litoral brasileiro em 2014, no estado do Rio de Janeiro. Desde então, sua presença tem sido registrada em diversos pontos da costa do país, incluindo os estados de Pernambuco, Ceará, Alagoas e, mais recentemente, a Bahia. Em fevereiro de 2025, um indivíduo da mesma espécie já havia sido encontrado na região de Morro de São Paulo, na Ilha de Tinharé.

A espécie se destaca pela ausência de predadores naturais nos ecossistemas brasileiros, o que contribui para sua rápida expansão. Seu comportamento predatório e a alta taxa de reprodução são fatores que preocupam especialistas. Um único peixe-leão pode consumir até 20 peixes em 30 minutos, incluindo presas com até 70% do seu próprio tamanho. Além disso, uma fêmea pode produzir até 30 mil ovos em um único ciclo reprodutivo, que eclodem em cerca de 26 dias.

O avanço da espécie compromete o desenvolvimento de peixes e crustáceos nativos, afetando diretamente a biodiversidade marinha e os estoques pesqueiros locais. A competição desigual por alimento tende a reduzir a população de espécies menores, o que pode impactar tanto o equilíbrio dos ecossistemas quanto a atividade pesqueira tradicional.

Riscos

Além dos impactos ambientais, o peixe-leão também representa riscos à saúde humana. O animal possui 18 espinhos venenosos, e o contato com esses espinhos pode causar dor intensa, náuseas e, em casos mais graves, convulsões. Ainda que os acidentes não sejam fatais, a manipulação sem os devidos cuidados pode gerar consequências severas, especialmente para pescadores e banhistas.

Diante desta captura recente, os pesquisadores alertam para a importância do monitoramento da espécie e do desenvolvimento de estratégias de controle sobre a espécie.