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Seca grave atinge 29% da região Nordeste

A seca se intensificou entre março e abril em todos os estados do Nordeste, além de Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. O Nordeste enfrenta a situação mais severa: 29% do território registra seca classificada como "grave". Em Pernambuco, por exemplo, o fenômeno atinge todo o estado há oito meses — uma duração que não era registrada desde 2017. A estiagem prolongada compromete a produção agrícola, a segurança hídrica e o abastecimento de diversas comunidades rurais.

Na região Sul, a seca se manifesta em cerca de 90% do território, afetando culturas agrícolas e criando um cenário preocupante para produtores e autoridades. Os dados são do Monitor de Secas, atualizados na última quinta-feira (22). O levantamento mostra ainda que o fenômeno foi menos severo no último mês em pelo menos sete estados: Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. Nesses locais, o volume de chuvas e a umidade do solo apresentaram melhora temporária. Nos demais estados e no Distrito Federal, o quadro se manteve estável ou inexistente, como no caso do Pará. Já em Rondônia e Roraima, o volume de chuvas ficou acima da média ao longo de abril. Apesar disso, a situação ainda inspira atenção. No Distrito Federal, por exemplo, o clima é considerado "seco" há 12 meses consecutivos — algo que não ocorria desde 2019, afetando diretamente a vegetação e os reservatórios locais.

Apesar da gravidade em algumas regiões, houve recuo na extensão da área afetada: o Monitor registrou uma redução de 6,3 para 4,6 milhões de km² sob influência do fenômeno, o que representa mais da metade do território nacional. O Monitor de Secas acompanha a evolução da estiagem com base em metodologia utilizada nos EUA.