O curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), no Campus de Uruçuí, está desenvolvendo o projeto "Alfabetização e Reforço Escolar como Sincronia da Aprendizagem no Ensino Fundamental", em parceria com a Prefeitura Municipal de Uruçuí. O objetivo da iniciativa é melhorar as competências de leitura e escrita de estudantes do 4º e 5º ano do ensino fundamental na Escola Municipal José Cavalcante Filho.
O projeto surgiu a partir de uma observação realizada pela professora Nilzene Nataniel, responsável pela ação, durante a supervisão de estágio de uma aluna do curso de Pedagogia. Ela percebeu dificuldades de leitura entre os alunos, o que motivou a criação de um programa de reforço escolar. "Fiz encontros voluntários com a professora da turma e, conversando com ela, surgiu a ideia de desenvolver um projeto de alfabetização de reforço para os alunos com dificuldades", conta Nilzene.
Desafios
A ação visa atender alunos que enfrentam desafios persistentes na alfabetização, selecionados com base em critérios pedagógicos. Os encontros acontecem semanalmente, às segundas e quartas-feiras, no turno da tarde, com a participação de acadêmicos do curso de Pedagogia atuando como voluntários. Durante as atividades, são utilizadas metodologias lúdicas, contação de histórias e literatura infantil para consolidar o processo de leitura e escrita.
A professora Nilzene destaca que o projeto se baseia em referências teóricas como Paulo Freire e Magda Soares, que defendem a alfabetização como uma prática social. "A alfabetização vai além da decodificação de palavras; ela é uma ferramenta para a leitura do mundo e a transformação da realidade", afirma Nilzene. Ela também observa que, apesar de estar em fase inicial, já é possível ver o engajamento dos estudantes nas atividades.
Além de beneficiar os alunos da escola pública, a iniciativa reforça a importância da formação docente, ao integrar os acadêmicos da Uespi à prática educacional do município. "Os alunos da licenciatura, mesmo os do primeiro bloco, estão participando ativamente. Eles aprendem a ensinar e se envolvem na produção de materiais e nas atividades com as crianças", explica Nilzene.
