Por: Martha Imenes

Perfil epidemiológico alerta sobre saúde de servidores do INSS

"Indeferimentos indevidos criam barreiras de acesso ao direito dos segurados, podendo acarretar risco", aponta o TCU | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Um estudo epidemiológico realizado pelo INSS, baseado na autoavaliação de saúde dos servidores, fez uma análise da situação e aponta para o adoecimento de boa parte da categoria. O estudo utilizou os afastamentos e os dados informados por cerca de 38% das pessoas em atividade para mensurar a saúde laborativa na autarquia. Responderam à autoavaliação servidores com atendimento ao público e sem atendimento.

Os afastamentos de até 15 dias atingiram 36,04% dos servidores, seguido de 16 a 45 dias por 22,07%, outros 19,82% ficaram afastados de 45 a 119 dias, e 11,71% e 10,36% se afastaram de 120 a 180 dias e mais de 180 dias, respectivamente.

No caso de remédio controlado, 70% dos entrevistados que fazem uso desse tipo de medicação, e que trabalham no atendimento ao público, declararam aumento no consumo de remédio, aponta o Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo BR (Sinssp BR), uma das entidades representativa da categoria. 

Os casos de violência nos últimos fizeram parte do estudo, 81,67% dizem não ter sofrido. No entanto, alguns dados chamaram atenção: 4,40% não quiseram informar se passaram por essa situação o que, segundo especialistas, pode significar que tenham vergonha de relatar ou não entendem ações sofridas como violência. Outros 12,88% afirmam terem sofrido violência psicológica; 0,84%física e 0,22%, sexual.

"O estudo apresenta dados que causam profunda preocupação, especialmente relacionada à saúde mental e ao bem-estar geral dos servidores. Na autoavaliação do estado de saúde, 35,69% dos servidores classificam sua saúde como 'regular' e 12,18% a classificam como 'ruim' ou 'muito ruim', e isso acende um alerta sobre as condições de trabalho", pontua Tiago Vinícius Silva, presidente do sindicato.

Pedido 'no vácuo'

Por conta desse cenário apontado no perfil epidemiológico dos servidores, em 29 de julho, o sindicato solicitou uma reunião com o presidente da autarquia, Gilberto Waller Júnior, para debater o tema. Inclusive pedir informações sobre o período compreendido da autoavaliação de saúde e as medidas que serão, ou que já são, adotadas para lidar com o consumo autodeclarado de substâncias lícitas e ilícitas.

Diante falta de resposta do INSS sobre a demanda, na última reunião da mesa setorial (8), o sindicato pautou a questão da saúde dos servidores para o próximo encontro. Além disso, foi enviado novo ofício no dia 13 reiterando o pedido de encontro com o presidente Waller.

Desta vez, o sindicato incluiu outras reivindicações, Como a precarização e o esvaziamentodo setor de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho (SQVT), por exemplo.