Por: Martha Imenes

Reforma administrativa une parlamentares e funcionalismo

Pedro Paulo | Foto: Reprodução

O Brasil tem 12,65 milhões de pessoas trabalhando no serviço público, desse total 716 mil contratos são temporários. Entre 2003 e 2022 eram 38,5 mil. Ou seja, uma alta de 1.760%, segundo pesquisa do Instituto República.Org.

Outro estudo aponta que esse total foi impulsionado pelo número de servidores sem carteira assinada, como por exemplo os Cargos Comissionados Executivos (CCE), que são de livre nomeação.

A expectativa de crescimento por conta da retomada de concursos no pós-pandemia, no entanto, pode ser barrada com a Reforma Administrativa que será apresentada na Câmara dos Deputados.

Especula-se que o relatório preliminar do Grupo de Trabalho (GT), coordenado pelo deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), vai propor a regulamentação do trabalho temporário no serviço público. Esses contratos teriam prazo de até seis anos e dariam garantias trabalhistas, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por exemplo.

Frente parlamentar

E os servidores estão em alerta. No dia 11, Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público se reuniu com entidades parceiras para reforçar a mobilização contra uma proposta de reforma administrativa que tramita no Congresso Nacional.

O encontro, realizado por videoconferência , destacou a urgência de ampliar a resistência à ofensiva contra os serviços públicos e os servidores, articulando ações coordenadas em Brasília e nos estados.

O Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (PROIFES-Federação), integrante da Frente parlamentar, esteve presente.

A reunião destacou a existência de uma campanha organizada, inclusive com apoio internacional, cujo objetivo é enfraquecer a base eleitoral do governo federal. A campanha tem foco direto nos servidores públicos e busca abrir caminho para a aprovação da reforma administrativa ainda em 2025.

Diante desse cenário, a Frente e suas entidades definiram ações estratégicas e imediatas, com foco na mobilização social, pressão política e disputa de narrativa nas redes e na sociedade civil.

Ações

- Mobilização permanente: todos os representantes se comprometeram a participar das recepções a parlamentares às terças-feiras, às 8h, no Aeroporto de Brasília. O objetivo é fortalecer a pressão direta contra a reforma administrativa.

- Intensificação da comunicação nas redes: as entidades compartilharão conteúdos sobre a reforma administrativa marcando o perfil da Frente no Instagram.

- Elaboração de Carta Política: uma nova carta com posicionamento atualizado da Frente será entregue nos gabinetes parlamentares da Câmara e do Senado. O documento buscará qualificar o debate e propor alternativas que valorizem e fortaleçam o serviço público.

- Vigília no Anexo II da Câmara: a Frente Parlamentar organiza uma vigília na entrada do Anexo II.

Mais uma opção para saúde

Servidores do Poder Executivo Federal poderão contar com um plano de saúde mais em conta, com foco em cobertura regional e mensalidades mais baixas. Chamado de Jade Capital, o plano é resultado de um aditivo ao convênio entre o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e a Assefaz, será oferecido nas capitais de todos os estados e no Distrito Federal.

O plano, que tem acomodação em apartamento, tem preços definidos de acordo com a faixa etária e salarial do beneficiário, e os valores variam conforme a capital escolhida. A coparticipação é limitada a R$ 128,81 mensais e o atendimento virtual é isento de cobrança.

Os servidores que aderirem em até 30 dias após a assinatura do aditivo terão isenção total de carência. Para os aprovados no Concurso Nacional Unificado (CNU) que ainda não tomaram posse, serão 60 dias a partir da entrada no serviço público para garantir o benefício nas mesmas condições.

O plano permite transferência entre capitais em caso de mudança de domicílio e também pode ser combinado com outros planos dentro da mesma família.