Por Martha Imenes
No serviço público federal, as mulheres representam 45,6% do total de servidores ativos, com 261,4 mil mulheres em um total de 572,8 mil servidores. Este número representa um aumento em relação a 2022, quando a participação feminina era de 44,8%, segundo dados do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
De acordo com o MGI, o número de mulheres em cargos e funções — comissionadas de direção e assessoramento e gratificações técnicas -, também aumentou ao longo dos últimos anos. A participação passou de 40% em 2022 para 42% em 2025.
Quanto aos cargos de direção e assessoramento de nível 13 a 17, que incluem coordenadoras-gerais, diretorias, assessorias especiais e equivalentes, o aumento da participação das mulheres foi maior, subindo de 34,9% em 2022 para 39,2% em 2025. A evolução da participação feminina, no entanto, não representa equidade salarial.
No serviço público federal, mulheres recebem, em média, 10,5% a menos do que homens, embora essa diferença varie dependendo do cargo e nível hierárquico. Os dados são da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp).
As desigualdades se revelam ainda mais no âmbito da ocupação de funções de confiança, explicitando barreiras visíveis e invisíveis que as mulheres enfrentam para ocuparem postos de liderança. Em dois casos no âmbito ministerial a que o Correio da Manhã teve acesso é possível ver essa disparidade ainda em 2025.
Um homem e uma mulher, embora desempenhem as mesmas funções, recebem salários diferentes. Ele ocupa um Cargo Comissionado Executivo (CCE) 1.15, e ela um CCE 1.13. Os vencimentos são: R$ 17.373,92 para homens e R$ 13.229,07 para mulheres. Uma diferença de 23,8%. Na função de diretoria, foi identificado o mesmo critério, não importando o volume de serviço.
De acordo com o MGI, o número de mulheres em cargos e funções — comissionadas de direção e assessoramento e gratificações técnicas -, também aumentou. A participação feminina, nesse caso, passou de 40% em 2022 para 42% em 2025.
Quanto aos cargos de direção e assessoramento de nível 13 a 17, o que inclui os de coordenadoras-gerais, diretorias, assessorias especiais, secretárias e equivalentes, o aumento da participação das mulheres foi maior, subindo de 34,9% em 2022 para 39,2% em 2025.
Considerando apenas o total de cargos de direção e assessoramento criados pelo governo atual, dos 1.270 de nível 13 a 17, aqueles ocupados por mulheres somam 965 ou 76% do total.
Para a antropóloga Ana Julieta Teodoro Cleaver, servidora pública federal e membro do Coletivo de Mulheres Negras Servidoras e Empregadas Públicas do Governo Federal, a participação feminina é maior em cargos de execução das políticas, e menos naqueles de tomada de decisão.
"Quando a gente vai subindo na hierarquia dos cargos, o número de mulheres vai se reduzindo. Então, se a gente tem um grande número de mulheres no nível de chão de fábrica, digamos assim, no nível de representação de uma pasta ministerial são poucas mulheres", avalia.