Por Mayariane Castro
O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) inaugura em na próxima terça-feira (16) a exposição "Uma história da arte brasileira", realizada pelo Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro.
A mostra apresenta cem obras do acervo da instituição, reunindo um recorte ampliado em relação às versões anteriores exibidas no G20 e no CCBB Belo Horizonte. A entrada é gratuita, com retirada de ingressos na bilheteria ou no site da instituição.
Organizada pelos curadores Raquel Barreto e Pablo Lafuente, a exposição ocupa o térreo e o subsolo da Galeria 1. O conjunto de obras abrange diferentes suportes e períodos, formando uma leitura panorâmica da produção artística nacional. Estão presentes trabalhos de Alberto da Veiga Guignard, Amílcar de Castro, Angelo Venosa, Beatriz Milhazes, Candido Portinari, Di Cavalcanti, Hélio Oiticica, Leonilson, Lucia Laguna, Luiz Zerbini, Lygia Clark, Lygia Pape, Sebastião Salgado, Sergio Camargo, Thiago Martins de Melo, Tomie Ohtake e Tunga, entre outros.
Segundo o MAM Rio, a itinerância reforça a política de ampliar o acesso ao acervo, composto por cerca de 16 mil obras entre coleção própria e comodatos. A instituição destaca que a circulação da mostra busca aproximar o público de diferentes regiões da produção moderna e contemporânea do país. A exposição foi originalmente concebida para a Cúpula do G20, realizada no MAM Rio em novembro de 2024, onde recebeu chefes de Estado e delegações internacionais antes de ser aberta ao público.
Recorte histórico
A versão em Brasília dá continuidade ao percurso iniciado em Belo Horizonte, incorporando novos trabalhos e aprofundando o recorte histórico. Os curadores afirmam que o objetivo é apresentar um panorama que permita ao visitante observar transformações, permanências e rupturas na arte brasileira ao longo de mais de um século. A mostra contempla obras de artistas atuantes em diferentes contextos políticos e sociais e evidencia múltiplas abordagens formais.
O conteúdo está organizado em cinco eixos cronológicos. O primeiro, Modernismo (1910-1950), reúne obras que marcam a consolidação de uma linguagem própria e a discussão sobre identidade nacional. O segundo núcleo aborda o Abstracionismo e o Concretismo dos anos 1950, período em que grupos e manifestos influenciaram mudanças estruturais no campo artístico. O terceiro destaca a Nova Figuração e práticas conceituais dos anos 1960 e 1970, produzidas em meio a restrições políticas e a movimentos de contestação.
O quarto eixo apresenta produções da década de 1980 até os anos 2000, quando se observam a emergência da chamada Geração 80 e a diversificação de pesquisas visuais nos anos 1990. Essa seção inclui obras de artistas que tensionam narrativas estabelecidas e ampliam suas presenças.