O Maior São João do Cerrado começou nesta quarta-feira (13), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O evento segue até o domingo (17) com entrada gratuita e estrutura montada em uma área de 60 mil metros quadrados. A programação inclui shows musicais, apresentações culturais, cidade cenográfica e estrutura de acessibilidade.
Após 17 edições realizadas em Ceilândia, o evento ocupa pela primeira vez a Esplanada dos Ministérios, no centro da capital federal, a poucos metros da Rodoviária do Plano Piloto. A mudança de local tem como objetivo ampliar o acesso do público ao festival, mantendo o foco na valorização da cultura popular nordestina e na história da migração para o Distrito Federal.
Na abertura do evento, o público acompanhou uma queima de fogos, seguida de apresentações culturais e o show do cantor sergipano Mestrinho, destaque da primeira noite. A programação musical está dividida entre o palco principal, três ilhas de forró e um coreto.
Programação
A edição de 2025 do São João do Cerrado reúne artistas nacionais e locais. Entre os nomes confirmados estão Márcia Fellipe, Banda Magníficos, Juze, Michele Andrade, Nena Queiroga e Paulin Vaqueiro. Artistas do Distrito Federal também integram a programação, como Pé de Cerrado, Balé Flor do Cerrado, Transições Cia de Dança, Cesar Amaral e Boka de Sergipe.
Além dos shows, a cidade cenográfica traz elementos típicos do sertão nordestino, como bodega, igreja, parque de diversões, circo e a Vila Borborema, espaço dedicado à memória da cidade de Campina Grande (PB), considerada uma das principais referências da cultura junina no país.
A festa tem estrutura com intérpretes de Libras, audiodescrição, camarote para pessoas com mobilidade reduzida e estacionamento exclusivo para pessoas com deficiência. A organização destaca que o evento é voltado a todos os públicos, com foco na acessibilidade e na diversidade cultural.
Legado
Desde sua criação, o São João do Cerrado já reuniu mais de quatro milhões de pessoas. Em 17 edições anteriores, o evento contabilizou 1.640 horas de música e mais de 26 mil artistas participantes. Na edição de 2024, foram gerados 1,5 mil empregos diretos e cerca de 5 mil indiretos.
A estrutura técnica inclui 100 mil watts de som e 300 mil watts de luz. Segundo a organização, os números refletem o crescimento do evento ao longo dos anos, que se consolidou como uma das maiores festas populares do calendário cultural do Distrito Federal.
A idealizadora e produtora do festival, Edilane Oliveira, afirma que o São João do Cerrado tem como proposta valorizar a memória das famílias nordestinas que vivem em Brasília. O evento, segundo ela, busca recriar as tradições das festas juninas e proporcionar um ambiente de encontro entre gerações e comunidades.
A transferência do São João do Cerrado para a Esplanada dos Ministérios gerou insatisfação entre moradores de Ceilândia, que consideram o evento parte da identidade cultural da cidade. Tradicionalmente realizado na região administrativa, o festival passou a integrar o calendário local como símbolo das raízes nordestinas no Distrito Federal.
Segundo a produtora Edilane Oliveira, a mudança foi motivada pela falta de espaço adequado em Ceilândia. Ela explicou que o terreno onde o evento era realizado foi vendido e está atualmente em obras. Edilane relembrou que as primeiras edições ocorreram no antigo Ceilambódromo, desativado para a construção de uma unidade de pronto atendimento (UPA), e que, posteriormente, a festa foi realizada ao lado do Estádio Abadião até 2024. A produtora afirmou ainda que a realização no Plano Piloto é pontual e que há expectativa de retorno a Ceilândia nas próximas edições.
