Por: Mayariane Castro

Rock da periferia

Referência do rock do DF, Renê Corrêa participa do projeto | Foto: Divulgação

A primeira edição do projeto “Unindo Tribos – Rock Periférico” está com inscrições abertas para bandas autorais de rock do Distrito Federal. A iniciativa pretende selecionar dez grupos independentes das periferias para participar de um ciclo que inclui gravações profissionais, oficinas formativas e um show coletivo gratuito. A realização é do Coletivo Unindo Tribos com apoio da Política Nacional Aldir Blanc, vinculada ao Ministério da Cultura. As inscrições estão abertas até o dia 5 de julho de 2025 pelo site oficial do projeto.

Das dez bandas que serão contempladas, cinco serão escolhidas por meio de curadoria especializada e cinco por chamamento público. Os grupos selecionados gravarão duas faixas autorais em estúdios profissionais, com acompanhamento técnico e suporte para divulgação em plataformas digitais. Além disso, os participantes terão acesso a oficinas que abordarão temas como estratégias de comunicação, uso de mídias sociais, distribuição digital, identidade visual e gestão de carreira no setor cultural.

A seleção priorizará bandas formadas por moradores das regiões administrativas do DF, com foco em grupos periféricos compostos por artistas negros, mulheres e integrantes LGBTQIAP+, em conformidade com as diretrizes de diversidade do projeto. Para se inscrever, as bandas devem preencher um formulário on-line com informações sobre os integrantes, links de músicas autorais e uma justificativa de interesse. Os resultados serão divulgados pelo Instagram oficial.

Romper barreiras

O cronograma prevê que as atividades ocorram entre os meses de agosto e outubro de 2025. Durante esse período, os grupos passarão pela etapa de gravação e pelas oficinas. Ao final, todas as bandas selecionadas participarão de um show coletivo com estrutura profissional de som, luz e cobertura de mídia. As músicas gravadas serão lançadas nas plataformas de streaming, com apoio técnico do projeto.

O idealizador da proposta, produtor cultural Ney Corrêa, explica que o projeto surgiu da observação da dificuldade que muitas bandas das periferias enfrentam para produzir e divulgar seu trabalho de forma estruturada. “Queremos romper com essas barreiras e proporcionar acesso à infraestrutura necessária para que esses artistas circulem e consolidem suas trajetórias”, afirma Corrêa, também integrante da banda Baratas de Chernobyl.

Além da parte artística, o projeto aposta na formação técnica como um dos pilares centrais. As oficinas abordarão temas como registro de obras, direitos autorais, monetização digital, liberação de faixas em plataformas e estratégias de marca. A proposta é oferecer ferramentas práticas para que bandas iniciantes ou em fase de desenvolvimento possam atuar com maior autonomia no mercado da música.

A coordenadora executiva do projeto, Mayara Paiva, destaca o papel do Unindo Tribos na construção de redes colaborativas entre artistas de diferentes regiões. Segundo ela, a iniciativa busca também fomentar o intercâmbio de experiências culturais e a circulação de narrativas que não costumam ter visibilidade nos centros culturais consolidados da capital.

O projeto conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, vinculada ao Ministério da Cultura. A expectativa é que, ao final da primeira edição, o material gerado contribua para a consolidação de uma cena autoral ativa e descentralizada no Distrito Federal. As inscrições seguem até o dia 5 de julho de 2025. Podem participar bandas de rock e suas vertentes — como punk, hardcore, metal, indie e alternativo — com integrantes residentes no DF. A participação é gratuita e não há exigência de experiência prévia em estúdio ou com distribuição digital. Mais informações sobre o processo de inscrição, critérios de seleção e atividades previstas estão disponíveis no site disponível nas redes oficiais e no perfil oficial do projeto no Instagram