Por: Mayariane Castro

Arte na Quebrada

Festival une arte, inclusão e diversidade | Foto: Agência Brasil

A segunda edição do Festival Quebradas será realizada na próxima sexta-feira (30), em Planaltina. Com programação gratuita e voltada à valorização da cultura periférica, o evento ocorrerá em dois locais: na Faculdade UnB de Planaltina (FUP), a partir das 13h30, e no Bar do Carlinhos, localizado no Parque de Exposições da cidade, a partir das 19h.

O festival reunirá diversas atividades como contação de histórias, circuito de ciências, batalhas de rima, apresentações musicais, lançamento de livro, grafite ao vivo, feira de empreendedores locais e intervenções poéticas. O evento é promovido pelos institutos Palco Cultura e Periferia Livre, com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, da Universidade de Brasília (UnB), da Administração de Planaltina e de coletivos culturais como a Frente Nacional de Mulheres no Hip-Hop (FUNH2) e o Coletivo Poesia nas Quebradas.

Entre os destaques da programação está o lançamento do livro “Do Rascunho à Obra: A Quebrada que Lê Também Escreve”, que reúne textos produzidos por participantes do projeto Conexões de Quebrada. A atividade ocorrerá no auditório Augusto Boal da FUP, às 17h30, após apresentação da escritora Thaís Mandarino, prevista para as 17h.

Histórias

O evento começa às 14h com contação de histórias feita por Aluizio Augusto, seguida de um circuito de ciências, ambos realizados nas instalações da UnB Planaltina. A proposta pedagógica do circuito visa estimular o interesse de crianças e jovens pelas ciências a partir de atividades práticas e interativas.

No período da noite, as atividades se concentram no Bar do Carlinhos, local tradicional da cena cultural da região. A partir das 19h, artistas locais e nacionais se apresentam em uma série de shows. O line-up inclui nomes como Ediá, Markão Aborígene, Setor Bass, Negra Flow e o grupo paulista Gansta e Poesias. Também haverá batalha de rimas com premiação, discotecagem com DJ Sapo e oficinas de arteterapia por meio do grafite, com os artistas Red Lion, Nathi e Lari de Oyá.

De acordo com Ravena Carmo, uma das organizadoras do festival, o evento é uma extensão das ações realizadas ao longo dos últimos meses pelo projeto Conexões de Quebrada. Segundo ela, o objetivo é apresentar ao público o resultado dos trabalhos desenvolvidos em oficinas formativas, rodas de conversa e núcleos de estudo sobre literatura, ciência e arte urbana.

“O Festival Quebradas traz a sua diversidade dentro dos trabalhos realizados ao longo dos meses com o projeto Conexões de Quebrada. Tudo que nós aprendemos vai aparecer dentro do festival. Temos uma ampla diversidade de linguagens”, explica Ravena.

O grupo Gangsta e Poesias, de São Paulo, composto por mulheres atuantes no rap nacional e com passagens por grupos como Realidade Cruel e Ao Cubo, é uma das atrações convidadas. A participação busca ampliar a representatividade de mulheres na cena hip-hop e fortalecer o diálogo entre diferentes territórios culturais.

Empreender

A Feira de Quebrada também integra a programação, com a participação de empreendedores locais. A proposta é oferecer um espaço para comercialização de produtos, troca de experiências e divulgação de iniciativas periféricas de economia criativa. O festival tem como uma de suas prioridades a acessibilidade. Todas as atividades contarão com intérprete de Libras, e haverá programação voltada a diferentes faixas etárias, incluindo ações específicas para o público infantil e para pessoas idosas. A estrutura do evento foi planejada para garantir a participação de toda a comunidade.

Além de promover o acesso à cultura, o Festival Quebradas busca fortalecer a identidade cultural das periferias do Distrito Federal. A partir do protagonismo de artistas e produtores culturais locais, a iniciativa pretende consolidar um espaço permanente de diálogo e criação coletiva.

Vitrine

Segundo os organizadores, o festival funciona como uma vitrine para talentos da região, além de fomentar a formação de redes entre coletivos, movimentos sociais, pesquisadores e instituições de ensino. O Bar do Carlinhos, anfitrião de parte das atividades, é apontado pelos realizadores como um símbolo de resistência cultural em Planaltina.

“O evento será um espaço no qual a arte estará contemplada para a comunidade periférica, com suas vozes e expressões culturais”, afirma Carlinhos, que administra o bar que leva seu nome. Com uma estrutura composta por apresentações artísticas, oficinas, feira e rodas de conversa, a segunda edição do Festival Quebradas se propõe a integrar diferentes linguagens culturais e sociais em um ambiente voltado à valorização da produção local e à articulação comunitária.