Quase 41% das famílias do Distrito Federal têm mulheres como responsáveis pelo domicílio, segundo levantamento divulgado na Agência Brasília.
Os dados fazem parte do primeiro boletim "Família e Renda", uma análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com o Instituto de Pesquisa Estatística do Distrito Federal (IPEDF).
O documento apresenta um retrato das condições de vida da população local em 2024, com informações sobre composição doméstica, rendimentos e participação no mercado de trabalho.
De acordo com o IPEDF, o estudo utiliza dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego do DF (PED). O material organiza os lares em quatro grupos de renda, o que permite comparar realidades socioeconômicas distintas dentro do território brasiliense.
Renda
Conforme divulgado pela Agência Brasília de notícias, o tamanho médio das famílias foi de 2,5 pessoas. Nos domicílios classificados no grupo de menor renda familiar per capita, a média chegou a 3,1 integrantes.
Já entre os grupos com maior rendimento, o número variou entre 2,1 e 2,4 moradores. O que, para o IPEDF, indica diferenças na estrutura familiar conforme a renda disponível.
Segundo o boletim, a renda média mensal apresentou grande variação entre os grupos analisados. Em 2024, famílias do grupo de menor renda registraram média de R$ 2.018, enquanto aquelas inseridas no grupo de maior renda alcançaram R$ 19.145.
A principal fonte de sustento foi o trabalho principal, responsável por 44,5% do total dos rendimentos no DF. Ainda de acordo com o levantamento, a inserção dos responsáveis no mercado de trabalho apresentou taxa de participação de 67,4%.
O nível de ocupação dos chefes de família atingiu 61,3%, enquanto a taxa de desemprego foi estimada em 9%.
Os índices variam conforme o grupo de renda, com maior desocupação entre os responsáveis de menor rendimento.
Arranjos
O estudo também detalha os tipos de arranjos familiares predominantes na região. Segundo os dados, as famílias formadas por casais com filhos representam 28,5% do total de domicílios.
Em seguida, aparecem os arranjos unipessoais, que correspondem a 25,6%, refletindo o aumento de pessoas que vivem sozinhas na capital.
Conforme informado pelo instituto, a chefia feminina alcançou 40,7% dos lares. O dado reforça a presença das mulheres como principais responsáveis pela organização doméstica e pelo sustento familiar, em diferentes faixas de renda.
O boletim não aponta apenas o gênero do responsável, mas relaciona essa condição aos rendimentos e à posição no mercado de trabalho.
Para o IPEDF, a divisão por grupos de renda permite observar desigualdades no acesso ao emprego e à remuneração. Famílias com menor rendimento apresentam maior número de integrantes e dependência mais elevada de poucas fontes de recursos, enquanto os grupos de maior renda contam com estruturas menores e maior estabilidade financeira.
O objetivo do boletim é subsidiar políticas públicas voltadas à redução das desigualdades sociais. As informações podem orientar ações nas áreas de trabalho, renda e proteção social, a partir de um diagnóstico detalhado da realidade familiar local.
O material integra uma série de estudos previstos para ampliar a divulgação de indicadores sociais e econômicos do DF.
Conforme destacado pelo instituto, novos boletins devem aprofundar temas relacionados à renda, emprego e também condições de vida, com base em dados atualizados e análises comparativas ao longo do tempo.