A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, afirma ao Correio da Manhã que o Governo do Distrito Federal pretende zerar as filas das creches públicas até 2026, sem detalhar se a medida ocorre no primeiro ou no segundo semestre.
“Estamos muito perto de assegurar que nenhuma criança fique sem creche no Distrito Federal. Isso é mais do que uma meta administrativa, é um compromisso com o futuro das nossas famílias. Quando oferecemos uma vaga de qualidade, em tempo integral, damos tranquilidade para as mães trabalharem, geramos oportunidades iguais desde cedo e construímos um DF mais justo”, declara.
Redução de 94%
Atualmente, segundo a pasta, 38,6 mil crianças estão matriculadas. Em seis anos, o déficit caiu de cerca de 24 mil crianças para aproximadamente 1,5 mil, representando uma redução de 94%.
Desde 2019, o DF inaugurou 26 novas creches, enquanto outras oito unidades estão em construção nas regiões do Paranoá Parque, Guará, Riacho Fundo II, Lago Norte, Recanto das Emas e Planaltina, além de novas estruturas previstas para Colônia Agrícola São José/Núcleo Rural Rio Preto e Taquari. Todas seguem o padrão de atendimento em tempo integral, com permanência de até 10 horas por dia, alimentação, acompanhamento pedagógico e atividades adequadas à primeira infância.
A secretária também destaca outro fator que contribui para a redução da fila: a ampliação do Cartão-Creche, programa que garante vagas em instituições privadas conveniadas. Desde 2021, o número de beneficiários quase dobra, passando de pouco mais de cinco mil crianças para cerca de dez mil em 2025. Para incentivar a adesão de novas instituições, o valor do benefício aumenta em até 60% neste ano, conforme a idade da criança.
Além de ampliar a oferta, Paranaguá afirma que o Governo do Distrito Federal revisa a gestão da lista de espera. A Secretaria de Educação mantém diálogo com o Ministério Público para elaborar uma regulamentação que corrige distorções que inflavam a fila, como recusas sucessivas de vagas por diversos motivos, desde inscrições feitas antes da criança completar 4 meses, idade mínima para ingresso, até a oferta de vaga em unidades que não atendem à preferência da família.
“Pelo novo modelo, após três negativas, o nome é retirado da fila, evitando o bloqueio de vagas e permitindo que elas cheguem mais rapidamente a quem realmente precisa”, diz.
Entre 2019 e 2024, a pasta nomeou 12.338 novos profissionais, entre professores e servidores de apoio, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e gestores. A previsão é que outras 3 mil nomeações ocorram até o final deste ano (2025) para garantir equipes completas e atender à crescente rede.