A conclusão da primeira etapa do diagnóstico sobre o Setor Comercial Sul foi apresentada e revelou um retrato detalhado da região, que está sendo revitalizada pelo Governo do Distrito Federal. O estudo, coordenado pelo professor Alexandre Kieling, mobilizou uma equipe multidisciplinar para mapear atividades econômicas, fluxos de circulação e percepções de comerciantes e frequentadores. O objetivo é orientar uma futura transformação do local em polo criativo e tecnológico.
O levantamento aponta que apenas 58% das empresas registradas atuam presencialmente no setor. Em entrevista, Kieling explica: “Existem 5,5 mil domicílios fiscais e apenas 3,2 mil estão atuando fisicamente no Setor Comercial Sul, as outras são só domicílio fiscal. Isso, claramente, mostra um processo de esvaziamento e isso leva a outra constatação: há elo menos 10 prédios totalmente desocupados e outros 30 com uma ocupação de apenas 50%”.
“Isso mostra a necessidade de retomada desses imóveis e que isso tem que acontecer com uma lógica de tração. Estamos propondo que se crie uma articulação das atividades culturais e artísticas lá, no sentido de se formarem calendários, agendas integradas em todos os agentes que estão promovendo essa natureza de atividade lá, tanto criativa quanto cultural”, afirma.
Alexandre enfatiza que a quadra 5 precisa ser recuperada com novos usos e atividades. “A quadra 5 é onde há o maior abandono. Dentro desse complexo de cultura e arte, também estamos sugerindo a criação de um centro gastronômico exatamente ali na quadra 5, próximo de onde vai ficar, já definido e deve ser inaugurado, o centro integrado da Secretaria de Segurança, que deve dar uma dimensão importante ao local. A proposta é que esse centro gastronômico trabalhe com iguarias do Cerrado ou com a culinária regional, criando assim um conceito de territorialidade que possa ser um selo de identidade”, aposta.
No estudo, também é proposta a criação de um centro tecnológico. “Do ponto de vista de atração, a ideia é estimular um hub de games, jogos eletrônicos, de TICS (Tecnologia de Informação e Comunicação) e um de finalização audiovisual. E, por fim, ainda criar uma rua 24 horas, que vá de uma quadra a outra, usando exatamente aquelas galerias para retomar e revitalizar o comércio”, diz.
Kieling esclarece que o estudo será enviado para o GDF como base para a fase 2 do projeto, que irá trabalhar o planejamento estratégico e o modelo de gestão.
“E tudo isso vai também estimular a terceira fase, que é a fase que vai propor completamente como essas ideias podem ser materializadas a partir de um zoneamento urbano, uma proposta de intervenção arquitetônica e urbanística no lugar, trabalhando associadamente com aquilo que já vem sendo feito nas ações de revitalização que eles já estão fazendo”, explica.