Após mais de uma década fechado, o Autódromo Internacional de Brasília volta a receber competições. Neste fim de semana, o cheiro da borracha e o ronco dos motores tomarão conta da cidade com a reinauguração do espaço, que recebe a 11ª etapa da temporada da Stock Car, nos dias 29 e 30 de setembro. Inaugurado em 1974, dez anos após o nascimento de Brasília, o autódromo foi fechado em 2014 e retorna às atividades após mais de uma década parado.
A nova pista tem 5.384 metros de extensão, com 16 curvas, sendo nove à direita, sete à esquerda, além de três retas principais. A maior mede 803 metros. A reta de largada possui 614 metros e a reta oposta 502 metros. A curva 1 é de alta velocidade, com 207 metros e inclinação de cinco graus. O complexo oferece 15.592 m² de infraestrutura, incluindo boxes, torre de controle, salas de imprensa, áreas VIP, com capacidade para receber até 100 mil pessoas.
Ao Correio da Manhã, o secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo, destaca a relevância esportiva e turística da reinauguração, apontando o potencial do espaço para receber eventos além do automobilismo.
“Esse equipamento será muito mais do que um espaço para competições de automobilismo: será um polo de desenvolvimento econômico, lazer e eventos. Nossa expectativa é que o novo autódromo atraia grandes competições, shows, feiras e experiências voltadas ao turismo esportivo, movimentando a rede hoteleira, bares, restaurantes e o comércio local. Brasília já conta com infraestrutura e localização privilegiadas, e o autódromo vem para fortalecer ainda mais essa vocação”, declara.
Durante o evento, o programa Vai de Graça funcionará e haverá mudanças no trânsito nas imediações do autódromo, que fica na região da Asa Norte.
Mudanças
A primeira gestão do autódromo era da Terracap, e em 2022 o Banco de Brasília (BRB) assumiu a administração do local por 30 anos, prometendo investir R$ 60 milhões na reforma. Inicialmente, segundo anúncio do GDF em 2021, a gestão seria compartilhada entre as duas instituições, mas os rumos mudaram por motivos ainda não esclarecidos. O jornal questionou tanto o BRB quanto a Terracap, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
O que deveria ser uma festa também se tornou alvo de críticas. O Banco de Brasília passou a gerir diversos patrimônios da cidade e recentemente se envolveu no escândalo do Banco Master, sendo investigado por destinar bilhões de reais ao banco mesmo após ter a tentativa de aquisição majoritária rejeitada pelo Banco Central. A investigação levantou suspeitas sobre a atuação e interesse do banco público. A situação também ganhou atenção diante da falta de respostas à imprensa, negativas para entrevistas e visitas antecipadas ao autódromo, inclusive para este jornal.
De última hora, o show principal do cantor Bel Marques foi cancelado. Segundo o Secretário de Turismo, houve uma mudança na grade de atrações.