Recepcionistas das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Distrito Federal entraram em greve na última segunda-feira (24) e afirmam que permanecerão parados até que seus salários sejam pagos. Segundo o Sindiserviços-DF, os trabalhadores terceirizados vinculados à empresa Andrômeda não receberam o salário referente ao mês de novembro, no valor de R$ 2.574,37.
Em nota, o sindicato afirma que os recepcionistas já acumulam 20 dias sem pagamento, enfrentando contas atrasadas e dificuldades básicas para sustentar suas famílias. A entidade destacou que muitos deles são os únicos responsáveis pelo sustento de seus lares e criticou o que considera omissão do governo.
“O governo contrata as empresas, mas fecha os olhos para a realidade de quem garante o funcionamento da saúde pública. É sempre o mesmo ciclo, a empresa prestadora do serviço age de forma irresponsável e atrasa o pagamento dos salários, trabalhadores terceirizados sofrem com o descaso e o GDF se omite. Enquanto isso, quem mantém as portas das UPAs abertas está sendo tratado com desrespeito e descaso”, afirma.
Pagamentos
Até o fechamento desta matéria, uma fonte ligada ao sindicato informou que representantes da categoria estiveram na empresa e que foram realizados os pagamentos aos recepcionistas das UPAs de Planaltina, Paranoá e do Setor O, em Ceilândia. A mesma fonte afirmou que a empresa disse que não efetuará o pagamento imediato das unidades do Riacho Fundo 2, Gama, Brazlândia e Vicente Pires, alegando falta de dinheiro.
A Secretaria de Saúde encaminhou à reportagem uma nota do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), responsável pela administração das UPAs, na qual a entidade afirma não ter conhecimento sobre atrasos salariais e declara ter realizado todos os repasses conforme os cronogramas estabelecidos. O instituto acrescenta que, após ser informado sobre a possível irregularidade, protocolará uma notificação formal dirigida à empresa Andrômeda.
“Caso sejam identificadas inconsistências, serão adotadas as medidas cabíveis, incluindo glosas nas faturas, abertura de apuração interna e aplicação das penalidades previstas em contrato”, relata.
O Iges acrescentou que, diante da paralisação nas UPAs, providenciou a substituição dos recepcionistas que não compareceram ao trabalho e que os atendimentos estão sendo restabelecidos.