Por: Rudolfo Lago -BSB

Alunos conhecem patrimônio do DF

Alunos têm contato com o Bumba Meu Boi | Foto: Divulgação

Até março de 2026, o projeto “Memória e Educação” recebe estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal no Centro de Tradições Populares Boi de Seu Teodoro, que fica na região administrativa de Sobradinho. A iniciativa integra ações de educação patrimonial, oficinas culturais e apresentações artísticas com foco na tradição afro-brasileira do Bumba Meu Boi.

Durante as visitas, os alunos participam de vivências de dança e percussão, assistem ao espetáculo do Boi e percorrem o Museu do Boi de Seu Teodoro. O espaço preserva a memória do mestre Teodoro Freire, responsável por trazer a brincadeira maranhense para Brasília há mais de seis décadas. Em 2004, o Boi de Seu Teodoro foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do DF.

Em entrevista ao Correio da Manhã, Guará Freire, filho do mestre Teodoro, destaca que a iniciativa aproxima os alunos de uma memória viva para entender a importância da cultura popular. Para Guará, manter este legado é compromisso permanente.

“São 62 anos de tradição. É o legado que meu pai deixou para nós cuidarmos. Receber cada escola é sempre motivo de muita felicidade por aqui”, diz.

Bumba meu boi

O Boi de Seu Teodoro é a principal representação do Bumba Meu Boi no DF. Freire conta a narrativa que dá origem ao Bumba Meu Boi e todas as brincadeiras realizadas no Centro de Tradições Populares.

“Mãe Catirina estava grávida e desejou comer a língua do boi. Pai Francisco então sacrificou o boi mais precioso do patrão para tirar a língua e preparar um ensopado para atender ao desejo de sua esposa. Depois esconderam o boi na mata. Ele estava quase morto e o patrão mandou chamar o pajé, o médico e os indígenas. Eles fizeram uma pajelança, espécie de cura na tradição indígena, e o boi ressuscitou. Então, o patrão ordenou que fosse feita uma grande festa e o boi se tornou promessa para São João Batista”, narra.

Para ele, explicar essa história às crianças é essencial para manter viva a tradição. “É importante mostrar que o boi é alegria, fé, resistência e memória”, conclui.