Por:

UnB estuda veneno de vespas contra doenças

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade de Brasília (UnB) investiga compostos presentes no veneno de vespas e sua aplicação em possíveis terapias para enfermidades neurológicas. Conforme dados da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), o trabalho reúne especialistas que estudam moléculas extraídas desses insetos e analisam seu uso em formulações voltadas a condições como epilepsia, Alzheimer e Parkinson.

A iniciativa conta com apoio da FAP-DF e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que financiam projetos de inovação com base em recursos naturais. O estudo parte da análise de espécies que utilizam a peçonha para imobilizar presas, o que indica a presença de substâncias capazes de atuar sobre células nervosas.

A partir desse comportamento, o grupo identificou cadeias de aminoácidos que podem interagir com áreas específicas do organismo, tornando-se candidatas a medicamentos de precisão. Entre os compostos estão três cadeias que apresentam efeitos distintos: um voltado à redução de crises epilépticas, outro relacionado à proteção de neurônios envolvidos no controle motor e um terceiro que interfere na formação de proteínas associadas ao declínio cognitivo.

Em casos de epilepsia resistente, um dos peptídeos já foi testado em cães, com observação de respostas que incentivam etapas posteriores da pesquisa. Os estudos também avaliam a ação dessas moléculas em regiões ligadas à memória, ao processamento elétrico do cérebro e ao movimento.

Para facilitar a chegada dos compostos ao sistema nervoso central, os pesquisadores desenvolvem partículas em escala reduzida que protegem as moléculas, aumentam a estabilidade com administração via nasal.