Por: Thamiris de Azevedo

Rapper do DF homenageada na CLDF

Título marca fim da Semana do Hip Hop na CLDF | Foto: Cris Souza

A rapper Vera Verônika, pioneira no Hip Hop feminino do Distrito Federal, será homenageada com o título de Cidadã Benemérita na sessão solene que encerra a Semana do Hip Hop na Câmara Legislativa (CLDF). A honraria reconhece, segundo a Casa, à sua notável trajetória artística, educacional e social, marcada pelo compromisso com a cultura, educação e a promoção da igualdade racial e de gênero na cidade.

Em entrevista ao Correio da Manhã, a artista recorda que iniciou sua trajetória musical nos anos 90 e tornou-se a primeira cantora de rap do DF a lançar um disco, em 2003, com o álbum “Vera Verônika Canta MPB-Rap: Música para o povo brasileiro em ritmo e poesia”.

“O Hip Hop é mundialmente conhecido. Está completando 52 anos no globo, 42 anos no Brasil, dos quais 33 eu faço parte. Eu conheci o rap quando um amigo me emprestou uma fita cassete com diversas músicas, dentre elas a canção sub-raça de um grupo de rap da Ceilândia chamado Câmbio Negro. Aquilo explodiu minha cabeça. Foi revelador. Eu ouvi o que eu passava. A partir desse momento eu entendi que poderia contar a minha história também”, relata.

A cantora ressalta que sua trajetória musical sempre caminhou junto com a educação.
“Me formei como normalista, depois fiz pedagogia, diversas pós-graduações, tenho mestrado, me tornei professora universitária, já fui consultora do Ministério da Educação... E nesse trajeto, levei por meio da educação a cultura Hip Hop para os centros de ensino. As minhas vivências foram se consolidando em um misto de educação, cultura e Hip Hop. É isso que me faz ser quem eu sou hoje”, afirma.

Consciência Negra

“Todas as minhas letras são voltadas à defesa dos direitos humanos. Eu sou uma mulher negra ativa nos movimentos sociais. O meu rap é a palavra cantada. Faço das minhas rimas um momento de denúncia e informação”, declara.

Vera destaca a relevância de novembro, ocasião em que são celebrados o Dia Nacional do Hip-Hop (12), a Semana do Hip-Hop na CLDF (12 à 19) e o Dia da Consciência Negra (20). Ela informa ainda que, no dia 25, será realizada em Brasília a Marcha das Mulheres Negras. Por fim, ela conta que o convite para receber o título foi uma surpresa e afirma que pretende honrar a menção.

“Já fiz muito pela cultura e educação do DF. Me sinto merecedora e estou honrada em ser a primeira mulher da cultura hip hop a receber esse Título. Irei honrá-lo e continuarei sendo ativista da cultura em prol da não violência e discriminação”, diz.