Levantamento do Projeto de Monitoramento do Desmatamento por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostrou que Goiás atingiu o menor volume de vegetação suprimida desde o início da série histórica. De acordo com a Agência Cora Coralina de notícias, entre agosto de 2024 e julho de 2025, foram identificados 231 quilômetros quadrados com perda de cobertura nativa.
O número ficou abaixo dos índices de anos anteriores, como 2024, 2019 e 2016, quando os registros foram superiores e mantiveram a média histórica em patamares elevados. Os dados são produzidos com base em imagens captadas por satélites e confirmados por equipes técnicas para evitar distorções causadas por fatores como sombras ou nuvens. A série do monitoramento começou em 2001, período no qual também foram observados os maiores volumes, com picos acima de seis mil quilômetros quadrados entre 2001 e 2004. Desde então, o comportamento do gráfico passou a mostrar redução contínua. O levantamento atual também detalha o cenário em outros territórios do Cerrado, com maior concentração de cortes de vegetação no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Juntos, esses estados responderam por grande parte da supressão observada no bioma, enquanto as demais unidades federativas dividiram o percentual restante.
O estudo aponta ainda diferenças nas estratégias adotadas pelos governos estaduais. Em grande parte do país, o enfrentamento ao desmatamento ocorre de forma tradicional, com criação de normas e envio de equipes ao campo para fiscalizar atividades irregulares. No território goiano, entretanto, há atuação baseada na construção de compromissos com entidades representativas. Esse movimento ganhou força em setembro de 2023, quando organizações do setor produtivo formalizaram acordo com o governo estadual para alcançar desmatamento ilegal zero até 2030, estabelecendo metas e ampliando a cooperação entre poder público e iniciativa privada.