Por: Thamiris de Azevedo

Brasília vira capital do hip-hop na CLDF

O hip hop é patrimônio imaterial de Brasília desde 2023 | Foto: Lucio Bernardo Jr/Agência Brasília

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) recebe de hoje (12) até o dia 19 de novembro a 3ª Semana Distrital do Hip Hop. Durante os dias, a programação reúne oficinas, debates sobre direitos, educação antirracista e políticas culturais, além de rodas de conversa, feira cultural, exposições de arte e sessões solenes em homenagem a referências históricas da cena no DF. Em paralelo, também ocorre evento externo na Casa do Hip Hop, em Ceilândia.

Instituída pela Lei nº 7.274 de 2023, de autoria do Max Maciel (Psol), a normativa reconhece o Hip Hop como patrimônio cultural imaterial do Distrito Federal e integra a semana no calendário oficial da CLDF. Em entrevista, o distrital destaca o papel do movimento para a transformação social.

“Quando colocamos o Hip Hop no centro do debate, nós estamos colocando a periferia no centro das políticas públicas. Isso quer dizer discutir transporte, acesso à cultura, educação antirracista, direitos sociais e enfrentamento às violências que atingem nossas quebradas todos os dias. Quem vive as desigualdades precisam estar na mesa de decisão, e é isso que a gente defende e faz todos os dias”, declara Max.

Na próxima terça-feira (18), como parte da Semana, será lançado, durante sessão plenária, o Mapa das Desigualdades 2025, que apresenta indicadores socioeconômicos e evidencia as diferenças entre as diversas regiões da capital federal.

“Vestígios do Invisível”

No foyer da CLDF estará exposta, até o dia 28 de novembro, a mostra “Vestígios do Invisível”, do artista Makina de Rabisko, composta por 32 obras das séries Portais e Clarões do Invisível, além de trabalhos em vídeo, todos de sua autoria. À reportagem, ele conta que aplica técnicas de graffiti em telas.

“Tem essa conexão com minhas vivências e experiências. Quando minhas ideias foram amadurecendo, fui saindo mais do graffiti tradicional e experimentando a pintura em telas e murais usando técnicas diferentes do próprio graffiti. Nas telas eu consigo ter uma qualidade técnica melhor”, declara.

Makina se reconhece como parte da cultura Hip Hop, mas busca constantemente expandir suas linguagens e estéticas. Ele acredita que, assim como no rap existem diversos subgêneros, o graffiti também se transforma sem perder sua essência.

“Não quero me prender pois não consigo ficar preso em uma ideia só. Meu trabalho tem metamorfose. Sempre tento experimentar e criar atmosferas novas para evoluir meu trabalho. O hip hop em si se adapta a cada região do planeta, é um camaleão. Eu tenho tentado contribuir com a manifestação dessa arte”, diz.