Aos 17 anos, a judoca Nicole Marques, moradora de Taguatinga, no Distrito Federal, fez história ao conquistar a medalha de ouro no Campeonato Mundial Júnior de Judô, realizado na última semana em Lima, no Peru.
Competindo na categoria peso meio-leve feminino (até 52kg), contra adversárias de até 21 anos, ela se tornou a primeira atleta brasiliense a alcançar um título mundial na história da competição e passou a integrar um seleto grupo de brasileiros que já conquistaram títulos mundiais na categoria júnior, como Rafaela Silva, Aurélio Miguel e Sarah Menezes.
Em entrevista ao Correio da Manhã, Nicole Marques contou que começou a treinar judô com apenas um ano e oito meses, incentivada pelos pais, também lutadores, a participar da turma infantil. Questionada sobre quando decidiu se tornar atleta de judô, ela revelou que a escolha surgiu quando precisou optar entre o esporte e o futebol.
“Aí eu pensei: ‘É judô que é para mim, porque depende só de mim. Sou eu e eu. Eu contra mim. E aí comecei a me dedicar ainda mais, ali com mais ou menos 10 anos” afirma.
Ela conta que só teve um mês para se dedicar exclusivamente ao mundial, mas que já vinha treinando antes para o Campeonato Mundial Cadete, onde ganhou bronze.
“Meu foco mesmo era ser campeã Cadete, mas não foram os planos de Deus. Voltei para casa e treinei durante um mês em todos os horários, por volta de 10 a 11 horas por dia. Eu já estava aprovada em dois trimestres da escola e pedi uma folga. Eu disse para a coordenadora: ‘Me dá uma folga de um mês que eu vou voltar com medalha de ouro’. Foi dito e feito. Treinei e treinei. Não tem segredo. É preciso treinar muito”, conta.
Grand Prix
O próximo objetivo de Nicole é o campeonato ‘Grand Prix de Guadalajara’, no México. Inclusive, ela já está na cidade e começará a competir nesta sexta-feira (17).
A luta
Segundo a Confederação Brasileira de Judô, Nicole Marques iniciou sua trajetória no Mundial Júnior com uma vitória por yuko sobre a austríaca Carina Klaus-Sternwieser, na segunda rodada. Nas oitavas, imobilizou a cazaque Nurailym Sarsenbek até o ippon e, nas quartas, venceu a espanhola Monica Martinez com uma chave-de-braço.
Na semifinal, enfrentou um confronto difícil contra a indiana Nungshithoi Leishangthem. Marcou um yuko no início, mas sofreu o empate e a luta foi decidida após três minutos de golden score, quando a adversária recebeu o terceiro shido por pegar na calça durante uma defesa — movimento proibido. Na final, Nicole superou a venezuelana Leomaris Ruiz. Após quatro minutos de golden score, com a adversária sendo punida pela terceira vez por falta, foi ouro para o Brasil e o DF.
