Mato Grosso fechou setembro com o menor volume de focos de calor já observado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde 1998.
Foram quase 2,3 mil casos, número inferior à média histórica dos mais de 3,6 mil e abaixo do recorde anterior, também de 2009. A marca foi alcançada mesmo no período de estiagem, que geralmente concentra as maiores ocorrências.
Apesar disso, o Corpo de Bombeiros Militar do estado (CBMMT) mantém alerta em razão do risco de incêndios, principalmente diante da previsão de chuvas escassas para outubro. A corporação considera que o resultado decorre de ações de prevenção, fiscalização e resposta imediata, associadas a condições climáticas menos severas nos últimos dias.
Comparando com 2024, a queda é de 88%, já que no mesmo mês, o total foi de 19,9 mil. No acumulado de janeiro a setembro, houve 9,1 mil focos contra 45,3 mil em igual período do ano anterior, o que representa redução de 80%.
Em números absolutos, foram quase cinco vezes menos ocorrências em relação ao último ciclo. Para enfrentar os incêndios, o governo estadual destinou R$ 78 milhões ao CBMMT em 2025, com investimentos em logística, equipamentos e efetivo. Entre as iniciativas adotadas estão as operações Infravermelho e Abafa Amazônia, que buscam coibir o uso irregular do fogo e responsabilizar infratores.
Atualmente, a corporação conta com 1.420 bombeiros militares, brigadistas, viaturas especializadas e oito aeronaves para combate dos casos. Eles operam o Sistema Integrado de Cadastro de Recursos para Apoio aos Incêndios Florestais (SICRAIF), que permite mobilizar mais de oito mil itens entre pessoas, equipamentos e estruturas de apoio. O uso do fogo segue restrito no estado.