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GO: acidentes com moto tiram uma cidade do mapa a cada 5 anos

Motocicletas estão ligadas a quase 40% das mortes no trânsito em Goiás. Entre 2023 e 2024, 1,2 mil condutores e passageiros perderam a vida em sinistros. Apenas no primeiro semestre de 2025, já foram registradas 243 mortes, de acordo com dados preliminares do Observatório da Segurança Pública (OSP). A cada cinco anos, o número equivale à população de cidades como Três Ranchos ou Buriti de Goiás.

No mesmo período deste ano, o Estado contabilizou 633 óbitos no trânsito e mais de 42 mil registros gerais envolvendo todos os veículos.

O excesso de velocidade é o principal fator. Só no primeiro semestre, foram aplicadas 2,1 milhões de multas. Desse total, 1,33 milhão tiveram como causa dirigir acima do limite.

Além das mortes, os sinistros deixam feridos graves. Não há levantamento oficial, mas estimativas indicam que o número de sequelados pode ser até cinco vezes maior do que o de óbitos. Apenas no primeiro semestre de 2025, isso representaria mais de mil pessoas com incapacidades permanentes.

O impacto também chega ao sistema de saúde. No Hospital Estadual de Urgências (Hugol), em Goiânia, 2,6 mil pessoas foram atendidas entre janeiro e junho, sendo 1,9 mil motociclistas, o equivalente a 73%. Já no Hospital de Anápolis, foram atendidos quase 1,4 mil casos, com pouco mais de 1 mil envolvendo motos.

O Hospital de Aparecida de Goiânia tratou 997 pacientes, dos quais 736 em acidentes com motos, com custo estimado em R$ 4,1 milhões.

Em Jataí, 949 foram atendidos, sendo 736 motociclistas, com despesa de cerca de R$ 3 milhões. O Hospital de Formosa recebeu 842 vítimas, das quais 478 em duas rodas.

Entre 2023 e 2024, o total de mortes no trânsito em Goiás caiu de 1,6 mil para 1,5 mil.