O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal inaugurou o Centro de Treinamento de Cães de Assistência. A unidade é responsável pela formação de cães-guias para pessoas com deficiência visual e cães de apoio destinados a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sob o cuidado de bombeiros especialmente treinados para essa missão.
Em entrevista ao Correio da Manhã, o major João Gilberto Cavalcanti explica que o projeto é dividido em três eixos com atuações distintas. Na última sexta-feira (22), oito cães da raça Pastor Alemão foram entregues a famílias socializadoras.
“Esses cães nascem e, após mais ou menos 100 dias, entram para famílias socializadores que se inscreveram e foram aceitas. Eles passam entre dez meses e um ano nestes lares. Depois, retornam aqui para o centro e começamos treinamento específico, que dura entre quatro e cinco meses”, detalha.
Após o treinamento, os animais são destinados para pessoas com deficiência visual cadastradas em um banco nacional de doações. A seleção é feita pela corporação, que entra em contato com os candidatos, que também passam por um período de orientações.
“Eles passam por um curso de orientação e mobilidade para que possam aprender a manusear o cão e, depois, verificamos se realmente a pessoa está apta para receber esse animal. Depois de um processo de adaptação entre o cachorro e a pessoa, ele o leva para casa, mas nós continuamos acompanhando”, explica o tenente.
Apoio a TEA
O atendimento a crianças com TEA segue uma abordagem diferente. Os cachorros fazem visitas em escolas da rede pública do DF.
“Hoje atuo como diretor de uma escola cívico-militar, e por isso apresentei esse projeto de cães na corporação. O que acontece, todas as escolas são da Secretaria de Educação tem uma sala chamada ‘sala de recursos’ que recebe alunos neurodivergentes. Nós vamos visitá-las com duas vezes por semana para fazer esse atendimento para as crianças. É importante para desenvolver a interação”, relata.
Curso
Cavalcanti esclarece que no planejamento ainda existe um terceiro eixo. Neste que começou nesta segunda-feira (25), estudantes de escolas cívico-militares, entre 13 e 16 anos, recebem um curso de adestramento certificado de 140 horas.
“Para essa modalidade, estamos selecionando cães provenientes de ONGs. Sabemos que os animais que chegam aos abrigos são mais vulneráveis. Por isso, após passarem pelo adestramento feito pelos alunos, com o apoio dos bombeiros, eles são colocados para adoção. Assim, quem estiver interessado poderá adotar um cachorro já adestrado”, diz.