A Penitenciária Feminina do Distrito Federal passou a receber, desde o início desse mês, oficinas voltadas ao bem-estar de mulheres privadas de liberdade. A iniciativa, chamada "CorpoConsciente - Escuta de Si", é financiada pelo Fundo de Apoio à Cultura distrital (FAC-DF) e tem como proposta o uso de práticas corporais para estimular a escuta interna, a regulação emocional e a preservação da saúde mental.
As atividades ocorrem sempre às sextas-feiras e estão previstas para durar três meses.
Os encontros incluem caminhada, automassagem, percepção corporal e movimentos livres com música. Cada sessão tem duas horas de duração e envolve duas turmas de 30 mulheres. Além dos efeitos no campo emocional e físico, a participação gera remissão de pena.
Pela Lei de Execução Penal, a cada três dias de frequência, uma interna reduz um dia do período de reclusão.
O projeto busca, assim, unir atenção à saúde e estímulo ao cumprimento de metas individuais relacionadas ao processo de reintegração social.
As atividades foram planejadas para atender mulheres em diferentes condições físicas, com adaptações de acordo com os limites de cada participante.
O objetivo é permitir que todas tenham acesso às práticas, independentemente de restrições motoras, abordagem que amplia o alcance da proposta e assegura que o cuidado com o corpo seja acompanhado do fortalecimento da autonomia.
As oficinas são conduzidas pelas psicólogas e agentes culturais Clara Costa e Thais Germano, que utilizam metodologias somáticas e a abordagem de consciência corporal difundida no Brasil pela coreógrafa Angel Vianna.
O coletivo responsável pela ação defende que a proposta vai além da prática corporal e representa um espaço de cuidado.
