Por: Thamiris de Azevedo

Cinco meses de greve na UnB

Greve paralisa diversos serviços na UnB, como a biblioteca | Foto: Secom/UnB

A greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) completa, hoje (20), cinco meses. Desde o semestre passado, diversos serviços administrativos da faculdade estão fechados, inclusive a biblioteca. A categoria reivindica a manutenção do pagamento da Unidade de Referências (URP), em 26,05%, que representa cerca de 1/4 de seus salários.

Na última quarta-feira (19), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, em resposta a solicitação do sindicato, intimou a Advocacia-Geral da União (AGU) para o órgão se manifestar sobre sessão de conciliação, ocasião em que as partes devem negociar uma saída para a greve.

Em nota à reportagem, a AGU afirma que ainda avalia a adoção do processo conciliatório juntamente com os órgãos envolvidos.

Já o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sinftub) diz que as tratativas com a AGU visam uma solução, e que a AGU já admitiu a possibilidade de discutir alternativas à absorção imediata pelo governo federal, sinalizando que poderia negociar um modelo gradual, desde que a categoria apresente uma proposta de absorção.

Em nota, o Conselho de Administração da Universidade de Brasília (UnB) manifestou apoio à solicitação do Sintfub pela instalação de uma mesa de negociação no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). O colegiado destacou que a medida representa um avanço necessário para a reconstrução da estabilidade institucional, considerada fundamental para a continuidade da excelência da UnB no ensino, na pesquisa, na extensão e na gestão universitária.

Histórico

Ano passado, diz o sindicato, os servidores já haviam se manifestado e entrado em greve pelo mesmo motivo. Trata-se do pagamento referente à Unidade de Referência de Preço (URP) em 26,05% na folha de pagamento. O direito ao recebimento da parcela foi confirmado em 2024 por decisão do STF, mas o sindicato afirma que o ministério não liberou os recursos para o pagamento. A categoria informa que a greve continua por tempo indeterminado.

“Destacamos que a greve se estende, pois a situação é grave, tanto para os técnicos e técnicas quanto para a UnB. Sem a URP, o quadro funcional vai minguar e a universidade enfrentará sérios problemas para seu pleno funcionamento. Buscamos que as críticas pela normalização dos serviços e dos atendimentos se transformem em solidariedade ativa” defende.