Os meses de agosto e setembro são marcados por oscilações de temperatura e umidade relativa do ar em níveis críticos, que frequentemente ficam abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, de no mínimo 30%. Nesse cenário, é fundamental redobrar os cuidados com a saúde. O Instituto de Meteorologia emitiu aviso laranja para o DF, o que significa que a umidade relativa do ar deve se aproximar de 20%. Para orientar a população sobre como minimizar os impactos desse clima extremo, o Correio da Manhã ouviu especialistas de diferentes áreas, que explicam os riscos e dão dicas para manter o bem-estar durante a seca.
Sintomas e cuidados
A pneumologista Tatiana Veloso ressalta para os riscos de rinite, sinusite, asma, bronquite e infecções como gripes e pneumonias.
“A baixa umidade resseca as mucosas, reduz a produção de muco protetor e concentra poluentes no ar, facilitando a entrada de vírus e bactérias”, informa.
Para se prevenir, especialistas recomendam hidratação constante, uso de soro fisiológico, evitar atividades físicas nas horas mais quentes, manter ambientes limpos e úmidos, além de priorizar uma alimentação rica em frutas e verduras.
O oftalmologista Gustavo Serra aponta que, nesse período, é comum que os pacientes relatem ardência nos olhos, coceira, vermelhidão, visão embaçada e lacrimejamento. “O lacrimejamento acontece porque o olho está muito seco e o cérebro interpreta que a visão não está muito boa”.
Ele também ressalta o aumento de casos de conjuntivite nesta época do ano, relacionado ao hábito de coçar os olhos ressecados. Gustavo observa que nem todas as conjuntivites são transmissíveis, explicando que se trata de uma inflamação de uma região chamada conjuntiva.
Para minimizar os sintomas, o especialista aconselha o uso de algum tipo de lágrima artificial, vendida em farmácias, e ressalta a importância de diminuir o tempo em frente a telas de computadores.
A dermatologista Graziela Alencar explica sobre a necessidade da hidratação para que a pele cumpra sua função de proteger. “Neste período de seca, perdemos um pouco essa proteção. Aí começam a aparecer dermatites, coceiras e até infecções”, diz.
A médica recomenda o uso diário de hidratantes, evitar banhos quentes, buchas e o excesso de sabonete. Ela alerta para a necessidade de redobrar os cuidados com os idosos, que perdem gradualmente a capacidade de manter a pele hidratada.