Nesta quarta-feira (13), acontece o lançamento do livro “Oficinas Pedagógicas do Distrito Federal: memórias e memoriais", durante um sarau cultural no Complexo Cultural Samambaia. Alguns exemplares serão distribuídos gratuitamente para bibliotecas públicas, e também foram produzidos exemplares em braille.
A relevância da pesquisa foi oficialmente reconhecida pela Universidade de Brasília (UnB), pela Secretaria de Educação do DF e pelo Sindicato dos Professores. Em 2023, o trabalho foi duplamente premiado: recebeu o Prêmio Paulo Freire de Educação, no Brasil, e o Prêmio Internacional do Projeto Erasmus+, em Portugal, consolidando sua importância e impacto na formação docente.
As Oficinas Pedagógicas são espaços de formação continuada voltados ao fortalecimento das práticas docentes na rede pública de ensino. Criadas em 1986, têm como objetivo apoiar o trabalho dos professores em sala de aula, com centros formativos que oferecem cursos baseados na ludicidade, criatividade e educação do sensível. Por meio de vivências práticas, propõem estratégias para tornar a escola mais prazerosa, inclusiva e humanizada.
Em entrevista ao Correio da Manhã, a autora, pesquisadora e contadora de histórias Cristina Leite detalha o processo de desenvolvimento do livro e ressalta que a obra vai além de um simples compilado de depoimentos em um registro sensível e profundo da trajetória de milhares de professores que fizeram parte do programa ao longo dos anos.
“À medida que foram encontradas documentações de cada uma das oficinas, foi sendo sistematizado o memorial. Depois disso, os memoriais foram lidos, generosamente, por professoras aposentadas que atuaram durante as Oficinas Pedagógicas, e elas corrigiram, acrescentaram e complementaram o conteúdo. Depois, a revisão foi feita por professores antigos e apresentados para as equipes da ativa dos 14 espaços. Por sua vez, estes profissionais trouxeram suas percepções, elencando fragilidades e potencialidades atuais do trabalho. Assim, o livro apresenta mais que depoimentos, mas memórias de quem já atuou”, conta.
Ao longo de quase quatro décadas, as ações formativas promovidas na capital têm impactado diretamente a trajetória dos educadores.
“Alguns professores cursistas consideram a participação nas ações formativas como um “divisor de águas. O objetivo deste livro, além de eternizar uma história singular que existe há quase 40 anos na capital, é o de homenagear e reverenciar os escritores desta história, que são os professores.”, afirma.
Para Cristina, o projeto é um sonho sendo concretizado. “Como autora, em muitos momentos senti o peso da responsabilidade em fazer esse registro, que envolve tantas ações e tantas pessoas. Mas, tudo era amenizado com o apoio e a validação que eu recebia. Pude contar com mais de 100 colaboradoras da pesquisa”, conclui.