Por: Thamiris de Azevedo

UnB desenvolve primeira Rádio dos Povos

Rádio é a primeira experiência do tipo no país | Foto: Única Produções

A Universidade de Brasília (UnB) lançou a primeira rádio do Brasil protagonizada por povos indígenas e quilombolas. A “Rádio Nacional dos Povos” vai ao ar gratuitamente às sextas-feiras, das 14h às 17h, com transmissão pelo site ou por aplicativo próprio disponível para Android. A programação conta com quatro programas: Fala Comigo, Mães em Movimento, Rádio Roça e Avós do Brasil.

Segundo a produção, a proposta é colocar no centro as vozes e experiências de povos que resistem há gerações aos impactos da destruição ambiental em seus territórios. Com uma linha editorial voltada à justiça climática, soberania da informação e saberes ancestrais, a Rádio Nacional dos Povos surge como uma potente ferramenta de comunicação colaborativa no caminho até a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Em entrevista ao Correio da Manhã, Yago Kaingang, indígena Kaingang, coordenador de comunicação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e apresentador da rádio, detalha o crescimento e a consolidação do projeto. Segundo ele, a iniciativa começou em 2023 e passou por diversas fases de amadurecimento e diagnósticos até se estabelecer no Espaço Cora Coralina, localizado no Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB.

“Nesse processo, surgiu um sonho individual e coletivo”, afirma. O apresentador também destaca a importância da oralidade para os povos indígenas.
"Nós, povos indígenas e quilombolas, somos povos da oralidade. A rádio tem uma importância fundamental, porque chega aonde as postagens das redes sociais não alcançam. Com a voz, conseguimos nos comunicar melhor e explicar as informações de um jeito que os parentes compreendam com mais facilidade”, ressalta.

Celebração

No sábado (9), celebra-se o Dia Internacional dos Povos Indígenas, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1994. A ocasião é dedicada a homenagear e valorizar as tradições dos povos indígenas, além de promover a conscientização sobre a importância da inclusão dessas comunidades na sociedade. O dia também chama a atenção para a defesa dos direitos indígenas, reafirmando as garantias previstas na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.