Por:

DF: análise de efeitos da fumaça em bombeiros

Com a intensificação das queimadas no Distrito Federal, um estudo financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPDF) está avaliando os riscos químicos enfrentados por bombeiros durante o combate ao fogo. A pesquisa é coordenada pela Universidade de Brasília (UnB), com parceria do Corpo de Bombeiros (CBMDF).

A proposta surgiu da experiência de um militar que atua na corporação e também cursa doutorado em Ciências da Saúde. O trabalho foi aprovado em edital de 2022 e é considerado inédito no Brasil por estudar, em tempo real, a exposição de profissionais aos poluentes liberados pela fumaça.

Os dados obtidos mostram a presença de compostos nocivos como benzeno, tolueno, xileno, etilbenzeno, formaldeído, acroleína e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos.

Essas substâncias são conhecidas por causar problemas respiratórios e até câncer. Algumas amostras coletadas ultrapassaram em centenas de vezes os limites recomendados para ambientes de trabalho.

A coleta foi feita por meio de equipamentos instalados nos uniformes dos bombeiros, exigindo grande mobilização.

Foram necessárias mais de cem tentativas em áreas de incêndio para garantir 35 amostras válidas. A metodologia adotada permite que os dados reflitam de forma fiel a realidade do ambiente em que esses trabalhadores atuam, o que fortalece a confiabilidade dos resultados. A fase atual do projeto envolve a análise aprofundada dos dados obtidos.

A próxima etapa prevê a coleta de material biológico, como urina, para avaliar os impactos dessas substâncias no corpo humano. Segundo a FAPDF, o objetivo é transformar os resultados em recomendações que melhorem a segurança dos trabalhadores e sirvam de base para políticas públicas.