Por: Thamiris de Azevedo

Ambulantes perdem licença em Águas Claras

Barraquinhas estão sendo retiradas das ruas | Foto: Thamiris de Azevedo/Correio da Manhã

O Administrador de Águas Claras, Gilvando Galdino, publicou, no Diário Oficial do Distrito Federal na semana passada, uma ordem de serviço que revoga todas as licenças, alvarás e autorizações já emitidas para o exercício do comércio ambulante, com ou sem ponto fixo. Segundo o documento, a medida visa a readequação do Plano de Ocupação da região.

Ainda, consta na publicação, que os ambulantes com licenças suspensas que tiverem interesse deverão protocolar novo requerimento para a regularização de suas atividades.

Para Ana Carolina Alves, moradora da região há 19 anos, a decisão de revogar as licenças é um erro.

“Estou extremamente chateada e indignada com a decisão da Administração. Os ambulantes fazem parte da identidade do nosso bairro, movimentam a economia, geram empregos e oferecem opções acessíveis para a população. Retirá-los é um ataque direto ao pequeno empreendedor e à vida urbana. Essa medida não representa quem vive aqui, pelo contrário, empobrece o espaço público”, declara.

Ana Paula Garcia está na região administrativa há 10 anos, e também é contra a nova medida.

“Uma das coisas boas aqui é poder sair e comer na rua. Eu gosto disso. Não me atrapalha em absolutamente nada, e isso me dá um prazer ainda maior de morar em Águas. Se a questão é ordem, vamos tratar da ordem: gente morando na rua e um trânsito horroroso. Tem um monte de coisas que deveriam prestar atenção antes”, critica.

Rosangela da Silva é dona de um ponto conhecido pelos moradores da região: o Dog do Rei. Ela conta à reportagem que está no mesmo lugar há 9 anos, e sempre cumpriu atentamente com todos os requisitos de funcionamento.

“Quando a Vigilância Sanitária fez fiscalização, eu fui uma das únicas que estava dentro de todas as exigências. Eu invisto para ter uma barraca dentro da lei, limpa e segura. Aqui, sete famílias dependem desse trabalho”, afirma.

Em nota, a Administração Regional de Águas Claras afirma que com o novo Plano de Ocupação em fase de revisão, os processos podem ser retomados com mais clareza e equilíbrio entre o uso coletivo do espaço e a atividade econômica.

“Ressaltamos que estamos trabalhando para que a regularização ocorra o mais breve possível”, promete.