Por: Thamiris de Azevedo

Novo golpe em Brasília, o "do Aeroporto e da alfandega"

Golpistas se passam por agentes da Receita na alfândega | Foto: Receita Federal

O Correio da Manhã já denunciou golpes que usavam nomes de advogados, da Defensoria Pública e até do escritório do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Agora, surge mais um: o “golpe da alfândega”. Segundo a Receita Federal, as tentativas tiveram início esta semana. Até o momento, foram registradas 18 ocorrências.

À reportagem, Juliana Moreira, delegada adjunta da Alfândega da Receita Federal em Brasília, revela que descobriu a tentativa de estelionato pelas próprias vítimas que entraram em contato para relatar que receberam ligações suspeitas, ocasião em que o estelionatário se passava por servidor da Receita Federal vinculado à Unidade de Notificações do Departamento da Alfândega em Brasília solicitando dados pessoais.

Na ligação, a pessoa que se passa por servidor da alfândega afirma que está em posse de um pacote, contendo identidades e cartões de crédito do contribuinte. Ele liga e diz que quer confirmar se é dele”, relata.

“Delegado”

Juliana Moreira conta, ainda, que, quando a vítima nega a espera de alguma encomenda, o criminoso supostamente transfere a ligação para um delegado da Polícia Civil.

“Na situação em que a pessoa nega a espera de alguma encomenda, quem ligou diz que é necessário que o contribuinte entre em contato com a Polícia Civil para fazer um boletim de ocorrência e evitar problemas futuros. A ligação é transferida para um suposto delegado, que diz que necessita confirmar os dados do contribuinte. Nesse momento, a vítima é induzida a fornecer dados e informações pessoais. Caso haja resistência, o suposto delegado da polícia ameaça que o CPF será negativado pela Receita Federal”, declara.

A delegada ressalta o perigo de fornecer dados pessoais, que facilitam outros tipos de fraude.

“Apesar de não haver pedido direto de transferência de recursos financeiros, os criminosos podem cometer outras fraudes, como a abertura de contas falsas, obter empréstimos, financiamento e roubo de identidade”, alerta.

A Receita informa que não entra em contato por telefone para pedir confirmação de dados pessoais. No mesmo sentido, em nota, a Polícia Civil do DF complementa que não há possibilidade de boletim de ocorrência por telefone.

“Desconfie. Não aceite transferências de ligação, mesmo que seja supostamente para a Polícia Civil. Se for o caso, faça você mesmo a ligação”, ressalta Juliana.