O número de trotes registrados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no Distrito Federal caiu 89,2% em três anos. Em 2021, foram 68 mil chamadas falsas. Já em 2024, o número caiu para 7,3 mil. Apenas no primeiro semestre de 2025, foram 2,7 mil registros, uma queda de 31,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com a Agência Brasília, a redução é resultado de ações voltadas à conscientização da população e de estratégias internas para filtrar esse tipo de ocorrência nas centrais de atendimento. Entre as iniciativas, está o projeto Samuzinho, que atua em escolas do DF com foco em crianças e jovens.
Os participantes recebem orientações sobre como agir em casos de emergência e sobre os impactos negativos do uso indevido do serviço.
Desde a criação do programa, mais de 25 mil pessoas já participaram. Também há campanhas nas redes sociais, alertando para os riscos e prejuízos que essas ligações causam.
Segundo a Agência, mesmo identificados ainda na triagem, os trotes consomem tempo e recursos que poderiam ser direcionados a ocorrências reais, além de sobrecarregar as equipes. O Samu realiza o atendimento em duas etapas: a primeira, feita por técnicos que identificam o motivo da ligação; a segunda, por médicos responsáveis por avaliar a gravidade do caso. A maior parte dos trotes é contida ainda no primeiro contato, mas, se avançarem, podem levar ao envio indevido de ambulâncias e desfalcando áreas de cobertura.
Isso compromete o tempo-resposta em ocorrências legítimas e coloca em risco a vida de quem realmente precisa.
O ato de passar trote é crime previsto no Código Penal e, no Distrito Federal, pode gerar multa de até três salários mínimos, conforme legislação local.