Por: Thamiris de Azevedo

Estoques de sangue em níveis baixos no DF

Doações costumam diminuir nesta época do ano | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O Correio da Manhã apurou que os estoques de sangue no Distrito Federal estão abaixo do nível necessário, tanto na rede pública quanto na privada. No Hemocentro de Brasília, do Governo do DF, os tipos O positivo, O negativo e B negativo apresentam os níveis mais críticos, enquanto apenas os tipos A positivo e A negativo mantêm volumes considerados adequados.

Já o GSH Banco de Sangue, da rede privada, informou que seus estoques estão 75% abaixo do ideal, com o tipo O negativo em situação mais grave, representando apenas 20% da quantidade necessária. Nessa unidade, apenas os tipos AB negativo, AB positivo e A positivo registram níveis acima de 50%.

Kelly Barbi, gerente de captação de doadores da Fundação Hemocentro, ressalta, em nota ao jornal, a necessidade da generosidade humana para salvar vidas por meio da doação e informa que uma única doação pode beneficiar até quatro pessoas.

Julho

A coordenadora regional de captação do banco de sangue do GSH, Ana Luiza Araújo, explica à reportagem que, neste período de julho, o fator de criticidade é maior.

“Existe uma estimativa que diz: se 1,8% da população fizesse doação de sangue regularmente, como é preconizado pela portaria do Ministério da Saúde, homem doando a cada 60 dias quatro vezes ao ano, mulher a cada 90 dias doando três vezes ao ano, teríamos quantidade de sangue suficiente para atender à população. Mas, infelizmente não é isso que acontece.”, observa.

“Agora, neste mês de julho, estamos enfrentando um desabastecimento considerável nos estoques, porque é o período de férias escolares, está mais frio e as doenças respiratórias vêm aumentando, o que causa uma inaptidão nesse doador. Isso gera uma criticidade e faz um apelo maior para a população, porque o sangue é um componente insubstituível. Até existem estudos, mas ainda não há nada que substitua, realmente, o sangue humano”, relata.

Sangue “universal”

A especialista também destaca a importância da doação do tipo O negativo, pois quem tem este tipo sanguíneo é chamado de “doador universal”, e pode doar sangue para um receptor de outros tipos sanguíneos.

“Esse tipo sanguíneo pode ser doado para todos os outros, independentemente do fator Rh positivo ou negativo. Com ele, conseguimos atender casos de urgência, emergência e recém-nascidos. Por isso, reforçamos a importância de que, especialmente as pessoas com sangue O negativo, assumam o compromisso de doar com frequência”, afirma.