Durante a operação “Fallere”, realizada na última quinta-feira (3), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu dois mandados de busca e apreensão contra uma dupla suspeita de aplicar o “golpe do falso advogado” usando o nome do escritório do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB). A ação ocorreu no Ceará, com o apoio da Polícia Civil local, sob coordenação da 5ª Delegacia de Polícia do DF.
De acordo com a PCDF, os suspeitos são investigados por estelionato contra clientes do escritório que leva o nome do governador, além de um ex-deputado distrital, cuja identidade não foi divulgada.
Modus Operandi
A Polícia esclarece que a principal “engenharia social” utilizada para captar as vítimas foram mensagens, geralmente enviadas por aplicativos, alegando a necessidade da antecipação de um suposto pagamento para liberação de uma suposta quantia retida na Justiça.
“Essa modalidade criminosa está em franca ascensão, não se restringindo a qualquer limite territorial ou classe econômica. Por isso, a Polícia Civil do DF reforça seu compromisso em não economizar esforços para identificar e fazer com que estes criminosos sejam levados à Justiça para responderem por seus atos”, diz em nota a Polícia Civil. “De toda forma, é preciso reforçar a orientação para que a população esteja sempre atenta a contatos repentinos de desconhecidos que, por meio de uma narrativa falsa, mas verossímil, criam uma sensação de urgência para fazer com que as vítimas acabem agindo sem refletir cuidadosamente”.
Em reportagem da semana passada do Correio da Manhã, o jornal conversou com o diretor de prerrogativas da OAB-DF, Newton Rubens. No mesmo sentido, ele explicou que, na maioria dos casos, os “falsos advogados” conseguem informações verídicas das vítimas acessando dados públicos disponibilizados nas consultas dos tribunais, ou pelos vazamentos de conteúdos na internet.
Em nota, o escritório Ibaneis Advocacia informa que tomou conhecimento da utilização indevida de seu nome, e tomou as providências cabíveis.
“O escritório reitera que adota rigorosos protocolos de segurança para garantir o sigilo das informações de seus clientes e nunca solicita depósitos ou transferências bancárias como condição para o recebimento de precatórios ou qualquer outro valor judicial. A orientação oficial é para que todos os atendimentos e comunicações sejam realizados exclusivamente pelos canais oficiais de contato, disponíveis no site institucional do escritório”, destaca.