Por: Thamiris de Azevedo

Donizet pode perder mandato no MDB

Donizet afirma estar passando por problemas de saúde mental | Foto: Divulgação/Daniel Donizet

A Comissão Executiva Estadual do MDB no Distrito Federal anunciou, na última segunda-feira (30), a abertura de um processo ético-disciplinar em desfavor do deputado distrital Daniel Donizet (MDB). A decisão foi tomada após reunião do partido, realizada a pedido do governador do DF, Ibaneis Rocha. O processo foi motivado por um episódio ocorrido no último dia 26, quando o parlamentar foi flagrado pela Polícia Militar dirigindo sob efeito de álcool. Durante a abordagem, ele teria tentado utilizar o cargo para se livrar da infração, em uma tentativa de “carteirada”.

Ao Correio da Manhã, em nota, o parlamentar informa que protocolou, nesta segunda-feira (30), pedido de licença médica por 60 dias da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Donizet afirma que a decisão foi motivada pela necessidade de retomar seu tratamento de saúde mental. A reportagem questionou qual era o problema, e a assessoria do deputado respondeu que atestado médico é documento sigiloso.

“Com coragem e senso de responsabilidade, o parlamentar reconhece que a pressão emocional dos últimos meses se tornou insustentável, exigindo atenção imediata. Cuidar da saúde é um passo fundamental, não só para seu bem-estar pessoal, mas também para seguir servindo com integridade à população do DF”, afirma.

Assédio

Essa não é a primeira polêmica envolvendo o parlamentar. Em março deste ano, a influenciadora Andressa Urach usou suas redes sociais para publicar um vídeo no qual denunciou Donizet por importunação durante uma festa em Porto Alegre. Segundo Urach, o deputado tentou usar o cargo para entrar no camarote, e, ao ser impedido, passou a chamá-la insistentemente.

“Homem, você tem que entender que independe do seu poder e dinheiro, quando a mulher fala que não, é não”, disse em vídeo.

Em abril de 2025, o distrital foi denunciado, pelo Ministério Público do DF (MPDFT), por acusações contra a dignidade sexual em outros casos supostamente cometidos por ele. Ao Correio da Manhã, o parlamentar defende que a denúncia ainda não foi aceita pela Justiça. O Ministério Público afirma que o processo está em sigilo.

Também nesta segunda-feira (30), a Procuradoria da Mulher da CLDF protocolou pedido de suspensão do mandato do deputado por 90 dias. De acordo com o documento, ao qual a reportagem teve acesso, além das acusações de assédio sexual e do flagrante ao volante, há denúncias de que o parlamentar teria se omitido diante de um caso de estupro envolvendo um assessor de gabinete da Casa.

“Essas denúncias foram levadas ao conhecimento do MPDFT que já solicitou a abertura de investigação formal, no âmbito de sua competência constitucional. Cabe agora ao órgão promover a devida apuração criminal e judicial dos fatos", consta no ofício.