Após 23 dias de greve, durante a Assembleia de quarta-feira (25), promovida pelo Sindicato dos professores do DF (Sinpro), a categoria decidiu encerrar a paralisação e aceitar a proposta do Governo do Distrito Federal (GDF). Segundo a Secretaria de Educação, as aulas das escolas públicas retornam à normalidade hoje.
O GDF enviou uma proposta na última segunda feira (23), após uma reunião com o deputado distrital Chico Vigilante (PT), que se reuniu com o governador Ibaneis Rocha (MDB), em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores do DF.
A reportagem questionou o Sinpro sobre a multa imposta pelo Tribunal de Justiça do DF (TJDFT) de R$ 300 mil o dia por cada dia de greve, que havia sido julgada ilegal. O Sinpro respondeu que ainda não há negociação sobre o valor da multa, mas que deve recorrer no âmbito do Judiciário.
Acordo
Segundo o sindicato, o governo assumiu o compromisso de realizar o pagamento integral dos grevistas dos dias que foram descontados. A reposição das aulas que não foram dadas se dará até o final de julho, ficando o recesso entre semestres para a primeira semana de agosto.
O GDF enviará a CLDF um projeto de lei que dobra os percentuais de titulação na progressão horizontal para o magistério: 10% para especialistas, 20% para mestres e 30% para doutores. O acordo prevê pelo menos 3 mil nomeações até dezembro de 2025, prorrogação do concurso vigente até julho de 2026 e novo certame com edital no primeiro semestre de 2026. Também garante atestado para acompanhamento de cônjuge ou dependente por servidores temporários, pagamento integral dos dias descontados e criação de mesa permanente de negociação sobre a carreira.
Todo o acordo foi homologado pelo TJDFT, tornando-se título judicial com força vinculante amparado por lei.
Nas redes
Por outro lado, nas redes sociais do Sinpro, há centenas de críticas de educadores alegando que a votação foi forjada e que a maioria dos grevistas não votou pelo fim da greve.
Ao Correio da Manhã, o diretor do sindicato, Samuel Fernandes, declara que, apesar de acirrada, ficou clara a votação da maioria, que é colhida “no olho” durante o evento.