Por: Thamiris de Azevedo

Taxistas denunciam transporte irregular no Aeroporto

Taxistas reclamam da concorrência desleal dos "piratas" | Foto: Semob

O Sindicato dos Taxistas do Distrito Federal (SinpeTaxi), entrou com uma ação judicial contra o GDF e a Inframerica, empresa responsável pela gestão do Aeroporto Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubitschek, requerendo um plano concreto de enfrentamento e repressão ao transporte pirata no local.

Em entrevista ao Correio da Manhã, o presidente do SinpeTaxi, Sued Silvio, afirmou que o problema persiste desde 2010 e se agravou com a chegada dos aplicativos de transporte. Segundo ele, os motoristas que são excluídos dessas plataformas, muitas vezes sem qualquer respaldo, acabam recorrendo à atividade clandestina, quando se tornam os chamados “piratas”.

“Há uma verdadeira questão de segurança pública, pois existe uma organização criminosa por trás da gestão do transporte pirata, pretendendo tomar o controle de pontos da Rodoviária e do Aeroporto. Eles oferecem serviços de qualidade duvidosa e nenhuma segurança no transporte de passageiros. Além disso, sonegam tributos e usam da violência contra quem resiste”, denuncia.

O taxista destaca que na última segunda-feira (23) dezenas de profissionais reuniram-se em protesto no Aeroporto e estão se mobilizando para um ato maior.

Ilícito

À reportagem o advogado do sindicato, André Cardoso, avalia que há uma falha estatal que se estende por anos nesse ambiente. Para ele, esses motoristas estão com “vantagem competitiva de ilicitude”. Cardoso disse ao Correio da Manhã que já se reuniu diversas vezes com o GDF a fim de negociar uma solução, mas que nunca houve uma resposta eficiente.

O advogado também relata que o sindicato, por conta própria, prosseguiu com uma investigação para comprovar as práticas criminosas. Ele menciona o chamado “caso do barbudinho”, um homem que atua desde 2019 no mesmo lugar, e ressalta ser um caso típico da falha do governo para coibir os atos ilícitos. André aponta que o carro que o motorista usa sequer é dele, e sim da mãe, ou seja, quando abordado pelo Detran, desviam-se os pontos da carteira.

“Eles não têm medo. Não acontece nada na esfera criminal, e é fácil burlar as sanções administrativas. Por isso, estamos procurando uma solução judicial", avalia.

Em nota ao Correio, o Aeroporto informou que não possui poder de polícia para coibir a atuação de motoristas irregulares, mas que realiza o monitoramento constante da presença de clandestinos no terminal aéreo, repassando as informações aos órgãos competentes. Já a Secretaria de Mobilidade do DF afirmou que acompanha as manifestações dos taxistas e reconhece a importância das reivindicações da categoria. Segundo a Pasta, está sendo articulado um protocolo de ações integradas com os órgãos de segurança pública para intensificar o combate ao transporte irregular de passageiros.