Por: Thamiris de Azevedo

Quadrilha atraía vítimas por aplicativo de relacionamento

Especialista recomenda cuidados para evitar crimes virtuais | Foto: Pixabay

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou a “Operação Cilada”, na última terça-feira (17), e desarticulou uma organização criminosa que atraía vítimas, por meio de um aplicativo de encontros para pessoas LGBTQIA+, para roubá-las e extorqui-las. Foram cumpridos 20 mandatos de busca e apreensão, e realizadas dez prisões temporárias.

Segundo a PCDF, entre novembro de 2024 e junho de 2025, 36 vítimas denunciaram o caso. A Polícia afirma, em nota, que acredita que o número seja ainda maior e acredita que muitos podem não ter procurado as autoridades por medo ou por se sentirem constrangidos.

Segundo o delegado Gleyson Mascarenhas, a investigação identificou que cada suspeito possuía funções bem definidas no grupo criminoso. Enquanto alguns atuavam para atrair as vítimas, outros executavam o assalto e, ainda, outro grupo era responsável por receber os valores e objetos obtidos ilicitamente.

Os criminosos criavam perfis falsos no aplicativo e marcavam encontros, geralmente em locais isolados e com pouca iluminação, principalmente nas quadras 423 e 425 da região administrativa de Samambaia. Ao chegarem no ponto marcado, as vítimas eram surpreendidas pelos criminosos armados, que as conduziam para áreas afastadas e, sob intimidação e violência física, eram forçadas a entregas seus pertences e realizar transferências bancárias.

Mascarenhas ressalta que as investigações continuarão para identificar outros autores do crime e localizar outras vítimas.

Crime virtual

Em entrevista ao Correio da Manhã, a advogada Manuela Menezes, avalia que há uma crescente na migração do crime físico para o mundo virtual.

“Nossos hábitos e costumes do ambiente físico migraram para o mundo virtual, até pela agenda corrida, quando muitas pessoas recorrem a aplicativos para conhecer pessoas. Percebendo isso, os golpistas passaram a mirar e se especializar nesses golpes”, afirma.

Para evitar os golpes, a especialista descreve à reportagem algumas dicas.

“Podemos citar alguns cuidados como marcar encontro em local público de grande movimentação, de preferência onde há vigilância ou monitoramento; ter cuidado com a ingestão de bebidas e alimentos oferecidos ou colocados à disposição; compartilhar a localização em tempo real com pessoa de sua confiança; enviar o print com informações do perfil e estabelecer um tempo para contato; durante o contato ou a conversa, tentar encontrar elementos que ajudem a validar que aquela pessoa é real antes do encontro, como verificar se a foto no Google imagens foi postada anteriormente, e tentar verificar o que posta a pessoa em outras redes sociais”.