Por: Thamiris de Azevedo

EUA elencam o DF como "perigoso"

Ceilândia está entre as áreas consideradas perigosas pelos EUA | Foto: Renato Araujo/Agência Brasília

A Embaixada dos Estados Unidos emitiu, na última sexta-feira (30), um comunicado alertando sobre riscos de sequestro e alto índice de criminalidade em determinadas áreas do Distrito Federal. No documento, o órgão recomenda que sejam evitadas quatro Regiões Administrativas, que ficam nos arredores do centro de Brasília: Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá.

Consta no documento, ao qual o Correio da Manhã teve acesso, que assassinatos, roubos à mão armada, roubos de carros, e crimes organizados são “comuns” nestes locais. Além disso, o documento recomenda que não se utilizem os ônibus públicos brasileiros “devido ao sério risco de roubo e agressão, principalmente à noite”, diz o alerta.

O aviso emitido pela embaixada também indica que os funcionários do governo dos Estados Unidos que trabalham no Brasil devem obter autorização especial para ir para as regiões citadas, entre 18h e 6h. “Não viaje para estas áreas por qualquer motivo”, decreta.

Reação

À imprensa, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), manifestou-se, dizendo que o documento dos Estados Unidos foi produzido sem embasamento. O governador também ressaltou que se orgulha da segurança pública e que os sequestros em Brasília quase não existem mais.

“Eu estive em Nova York na semana passada e as ruas estão cheias de ratos, urina e drogados. Acho que eles deveriam olhar para dentro do que acontece nos Estados Unidos, em vários estados e não só em Nova York, antes de falar da nossa população”, criticou.

Em nota, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, também repudiou o comunicado da Embaixada. “Repudiamos esse tipo de recomendação alarmista, que mais se presta à desinformação do que à proteção dos cidadãos americanos”, destacou.

Ao Correio da Manhã, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) relembrou, em nota, que em 2024 o DF alcançou os melhores indicadores de redução da violência dos últimos 48 anos. A taxa de homicídios registrada foi de 6,9 por 100 mil habitantes, o menor índice desde 1977.

“Esse resultado é fruto de um trabalho contínuo e integrado das forças de segurança e da implementação do programa Segurança Integral. Com ações coordenadas de prevenção e repressão, o programa vem ampliando a presença do Estado em todas as regiões administrativas, com foco especial em áreas mais vulneráveis”, afirmou.