Por: Thamiris de Azevedo

Mais de 30 mil cigarros eletrônicos aprendidos no DF

Morte de adolescente alerta para o risco do uso de vapes | Foto: Pixabay

Após a morte de uma adolescente de 15 anos no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília, cuja causa pode ser o consumo excessivo de vape, o caso acendeu um alerta sobre o crescimento do uso de cigarros eletrônicos. O Correio da Manhã apurou dados e opiniões de especialistas para evidenciar o que já configura um problema de saúde pública.

Segundo a Secretaria de Saúde, desde 2023, mais de 30 mil cigarros eletrônicos já foram recolhidos no DF. A Secretaria também esclarece que os objetos apreendidos ficam armazenados nas unidades de Vigilância Sanitária, até que se determina o descarte do equipamento.

A fabricação ou venda desses cigarros é proibida pela Anvisa desde 2019. Apesar da proibição, no entanto, não é difícil encontrar cigarros eletrônicos á venda no DF, inclusive expostos nas vitrines das lojas.

Lesões pulmoraes

A coordenadora da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Maria Enedina Scuarcialupi, afirmou que, embora as doenças causadas pelo uso de cigarros eletrônicos (vapes) ainda estejam sendo estudadas, já foram identificadas algumas lesões pulmonares recorrentes. Entre as mais comuns estão: Evali (lesão pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos ou produtos de vaporização), bronquiolite obliterante, asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

“Também há substâncias que diminuem a imunidade a infecções, fazem clivagem de DNA favorecendo a cânceres, aumento de pressão arterial e eventos cardiovasculares”, explica.

Ela ainda destaca que, os jovens são os maiores usuários, e estão suscetíveis a danos piores. “Os jovens são usuários em maior número, sendo que a faixa etária acima de 45 anos é inferior a 1%. Os adolescentes têm organismo em processo de amadurecimento, isso tudo pode explicar o motivo de eventos mais danosos entre eles”, avalia

“O vape foi criado para estrategicamente favorecer o seu uso. Não tem mau cheiro, diversos sabores, designers coloridos, decorativos, que simulam brinquedos, pen drive e smartphone. Geram socialização, pertencimento de grupo. E as mentiras disseminadas também contribuíram para o aumento do uso”, continua.

Para a especialista, o caminho ideal são novas leis e sanções efetivas. “Não se regulamenta o que já está proibido. Regulamentar seria tirar a proibição e legalizar. Lutaremos para isso não acontecer”, defende