A Polícia Civil do DF (PCDF), em parceria com a Polícia Federal, desarticulou, nesta terça-feira (27), um esquema criminoso de fraudes bancárias que utilizava laranjas para desviar dinheiro de bancos. A operação foi deflagrada com o nome “Não seja um laranja”, e aconteceu, paralelamente, em Goiás.
Segundo a PCDF, a operação foi decorrente de fraudes digitais em que, em uma delas, identificou-se o desvio de R$ 206 milhões de uma instituição bancária, ocasião em que parte deste valor foi transferido, logo após o crime, em várias transações para as contas dos laranjas, totalizando pagamentos que resultaram no valor de R$ 1,1 milhão.
Alerta
O delegado da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos, João Guilherme Carvalho, afirma que, na delegacia, dois dos envolvidos confessaram ter emprestado suas contas em troca de valores. Contudo, ele conta que os acusados disseram não saber que as informações eram para colaborar com uma fraude digital.
O agente, ainda, alerta a população para não aceitarem essas propostas. “As organizações criminosas vêm se valendo cada vez mais destes chamados laranjas para pulverizar o dinheiro obtido pelo crime, dificultando o seu rastreamento e a elucidação investigativa”, destaca.
“Aqui fica um alerta para que as pessoas não emprestem ou cedam suas contas em troca de valores ilícitos. Se agirem assim, podem ser responsabilizadas penalmente pelos crimes de lavagem de dinheiro, receptação e, a depender da conclusão investigativa, pelo crime antecedente que foi praticado”, continua.
A PCDF informa que os envolvidos podem responder por associação criminosa, furto qualificado mediante fraude, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. As penas, quando somadas, podem ultrapassar 20 anos de reclusão.
A operação faz parte da Força-Tarefa Tentáculos, que trabalha junto das instituições financeiras, para combater as fraudes bancárias cometida por meios eletrônicos.
Essa foi a primeira ação resultante da assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre a Polícia Federal e a Polícia Civil do DF, assinado em 2024, que tem como objetivo promover o compartilhamento de tecnologias afim de qualificar o enfrentamento de crimes cibernéticos.