Este ano letivo começou diferente. Os alunos das escolas, em cumprimento da lei nº 15.100 de 2025, foram proibidos de mexer no celular em salas de aula. Pesquisa divulgada pela Secretaria de Educação do DF, aponta que mais de 78% dos profissionais de educação consideram a medida positiva e percebem avanços no rendimento escolar dos estudantes.
O relatório questionou 1.438 profissionais da educação, sendo 937 professores, 244 gestores escolares 18 orientadores, 100 coordenadores pedagógicos e 139 outros profissionais da educação pública.
Os dados levantados mostram que a maioria dos profissionais avaliaram a implementação da lei como positiva, correspondendo a 78,3%, que destacaram melhorias na atenção e socialização dos educandos. Por outro lado, 14,1% avaliam a postura dos alunos indiferente, o que pode sinalizar, segundo o relatório, insuficiência nas estratégias complementares. O relatório também revela que 7,5% dos profissionais avaliam a medida como negativa, destacando o aumento da ansiedade entre os estudantes.
Ainda, os dados apontam que 41,1% dos profissionais estão enfrentando problemas para implementar a medida, constatando recentes descumprimentos e resistências dos alunos em deixar o celular de lado. Destes, 13,8% afirmam preferir encaminhar esses casos a instâncias administrativas, o que pode, segundo a pasta, apontar ausência de clareza nos protocolos de ação.
Nomofobia
Em entrevista ao Correio da Manhã, a psicóloga infantil Luana Walleska afirma que já há evidências científicas que comprovam que o celular em sala de aula prejudica o processo de aprendizagem.
“O simples fato de ter o aparelho ali, mesmo que não esteja sendo usado, já diminui a concentração, aumenta o tempo de reação e prejudica a memória. O cérebro fica sobrecarregado com tanta informação. Eu vejo a proibição mais como uma forma de proteger esse ambiente de aprendizagem, permitindo que os alunos realmente se concentrem e absorvam o conteúdo”, afirma.
Para a psicóloga, os celulares parece que se tornaram uma extensão dos corpos entre os jovens, o que a preocupa. Ela explica que o nome dessa dependência na psicologia se chama nomofobia, que é o medo ou a angústia de ficar sem o celular.
A especialista avalia a proibição como positiva e, para ela, o ideal para além da proibição é a conscientização.
“O grande desafio hoje é encontrar o equilíbrio, usar o celular como uma ferramenta e não como algo que controla a vida. O ideal seria ensinar o uso consciente, mas enquanto isso não acontece, acho que restringir é bem válido.”, defende.