Na noite da última terça-feira (28), Brasília ganhou um novo guia turístico que valoriza a história e o trabalho de empreendedores negros da cidade. O Guia Afetivo Negro do DF (GANDF) foi lançado no Buteco do Encontro, na 206 Norte, com distribuição gratuita da versão física. O material, criado pela turismóloga Bianca D’Aya, proprietária da agência Me Leva Cerrado, foi financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF).
O guia reúne 74 estabelecimentos nas áreas de cultura, turismo, gastronomia, moda, beleza e religião, todos comandados por empreendedores negros. O objetivo é fortalecer a identidade negra na capital federal, promovendo a visibilidade de produtos e serviços oferecidos por esses profissionais. Além disso, o projeto busca conectar a cidade com histórias de superação, tradição e afeto, presentes nos negócios mapeados.
A iniciativa surgiu em 2021, durante a formação de Bianca como guia turística. Ao visitar atrativos da cidade, ela percebeu a falta de representatividade negra nos roteiros tradicionais. Com o lançamento do FAC, em 2022, a turismóloga decidiu colocar a ideia em prática. Por meio de pesquisas documentais, formulários e visitas de campo, ela mapeou empreendimentos negros em Brasília, criando um material que valoriza suas histórias e contribuições.
O GANDF será distribuído em pontos de grande circulação da cidade, como locais turísticos e culturais. A versão física traz informações básicas sobre os estabelecimentos, como nome, descrição, endereço, telefone e redes sociais. O conteúdo também está disponível no perfil do Instagram do projeto, que será atualizado constantemente com novos empreendimentos.
A idealizadora do guia destaca a importância de dar visibilidade a profissionais que, muitas vezes, são esquecidos ou invisibilizados. Segundo ela, a iniciativa foi recebida com surpresa e gratidão pelos empreendedores, que viram no projeto uma oportunidade de reconhecimento e valorização.
Bianca D'Aya, idealizadora do projeto, destacou a importância da iniciativa durante seu lançamento, classificando-a como "ousada e inovadora", além de um potencial legado para a cidade e para o Brasil. Ela ressaltou que a ação representa um ponto de partida para ampliar a visibilidade da comunidade negra e fortalecer sua voz na sociedade.
“Acredito que este seja apenas o começo para que mais pessoas possam dar visibilidade à comunidade negra”, afirmou Bianca. Ela enfatizou que o projeto busca garantir que, no futuro, pesquisadores e interessados tenham acesso a informações detalhadas sobre esse contexto histórico e cultural.
Segundo a idealizadora, a iniciativa não deve se limitar a um guia, mas inspirar a criação de outros materiais, como podcasts, revistas e filmes, que retratem a cultura, a economia e a trajetória da população negra. “Este é um documento sobre a comunidade empreendedora negra do DF, abrangendo setores como moda, beleza, gastronomia, cultura, turismo e religião”, completou.
O Guia Afetivo Negro do DF é mais do que um roteiro turístico. Ele busca promover a cultura negra, fomentar o turismo local e descentralizar a economia criativa na capital. Além disso, o projeto tem como objetivo combater o racismo e a invisibilidade da população negra, fortalecendo a identidade e a representatividade desse grupo na cidade.
Com o apoio do FAC, o GANDF se consolida como uma ferramenta importante para a promoção da diversidade e do empreendedorismo negro em Brasília. A iniciativa é um passo significativo para a valorização da cultura afro-brasileira e para a construção de uma cidade mais inclusiva e representativa.