A área sob alerta de desmatamento na Amazônia de agosto de 2024 a junho de 2025 aumentou 8,4%, tendo alcançado 3.959 km² em comparação ao período de agosto de 2023 a junho de 2024, em que atingiu 3.652 km². Os dados foram fornecidos pelo sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De agosto de 2024 a junho de 2025, as áreas sob alerta de "desmatamento com vegetação", que correspondem a locais atingidos pelo fogo, cresceram 245,7% no bioma em comparação ao mesmo período do ano anterior. O aumento está ligado à temporada atípica de incêndios que acometeu a Amazônia entre agosto e outubro de 2024. A extensão territorial afetada pelo fogo é contabilizada pelo satélite apenas no início do período seco, quando há menor concentração de nuvens no céu.
O quesito de "desmatamento com solo exposto", que indica áreas atingidas pelo corte raso de vegetação, declinou 3,3% no período. A categoria "desmatamento por mineração" na Amazônia registrou queda ainda maior, de 53,3% entre agosto de 2024 a junho de 2025 em relação ao intervalo temporal anterior.
"Os dados do primeiro semestre de 2025 foram influenciados pelos incêndios de agosto a outubro do ano passado, que somente começaram a ser detectados como desmatamento com vegetação após o início do período da seca, que começou no final de maio deste ano", avalia o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), André Lima.
No primeiro semestre de 2025, o aumento das áreas sob alerta de desmatamento na Amazônia foi de 27% em comparação ao primeiro semestre de 2024 (2.090 km² ante 1.645 km²).
Já no Cerrado, a tendência é de queda. De agosto de 2024 a junho de 2025, foram identificados 5.091 km² sob alerta de desmatamento, diante de 6.570 km² no período anterior, o que representa redução de 22,51%.
No acumulado de janeiro a junho de 2025, o bioma registrou 3.358 km² de áreas sob alerta de desmatamento, frente a 3.724 km² nesse ciclo em 2024, o que equivale a uma diminuição de 9,82%.
O aumento da área sob alerta de desmatamento na Amazônia está relacionado ao avanço dos incêndios em florestas primárias, situação que anteriormente não era tão expressiva, mas que tem sido agravada pela mudança do clima.
O cenário, explica André Lima, tem se revelado uma tendência global. De acordo com os dados do World Resources Institute (WRI), os incêndios florestais foram responsáveis por quase metade de toda a perda de cobertura de florestas primárias no mundo em 2024.