Pelo menos seis mutirões de saúde ocular devem ser realizados até dezembro deste ano para atender pessoas em situação de rua em diferentes regiões do país. A iniciativa é organizada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e integra o programa Pop Rua Jud, que oferece serviços essenciais a populações vulneráveis.
De acordo com o CBO, os mutirões estão programados para acontecer nos estados do Acre, Bahia, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins. A expectativa é de que mais de 1.200 pacientes passem por consultas oftalmológicas durante as ações.
O cronograma divulgado prevê atendimentos em Boa Vista, Roraima, no dia 13 de junho; em Salvador, Bahia, nos dias 10 e 11 de julho; e no Rio de Janeiro, entre 26 e 28 de agosto. Em Palmas, Tocantins, a ação ocorrerá em data ainda a ser definida no mês de agosto. No Acre e em um município do interior do Tocantins, os mutirões também serão realizados, mas as datas ainda não foram confirmadas.
Antes mesmo da formalização da parceria com o CNJ, quatro mutirões de atendimento oftalmológico já haviam sido realizados este ano. Em uma das ações mais recentes, realizada com o apoio da Justiça Federal de Alagoas e da Comissão de População de Rua, 190 pessoas foram atendidas. Destas, 137 — cerca de 72% — receberam óculos conforme prescrição médica, e outras 11 foram encaminhadas para tratamentos mais complexos.
Segundo o CBO, os mutirões seguem protocolos específicos: os pacientes passam por avaliação médica com oftalmologistas e realizam exames adequados. Se forem identificadas doenças refrativas, como miopia ou hipermetropia, os pacientes recebem óculos gratuitamente. Já nos casos que demandam maior atenção — como suspeitas de glaucoma ou retinopatia diabética —, os indivíduos são encaminhados para atendimento nos ambulatórios especializados do Sistema Único de Saúde (SUS).
"Dessa forma, pacientes diagnosticados — ou com suspeita — de condições oculares como glaucoma e retinopatia diabética, doenças altamente prevalentes e de evolução silenciosa, terão a oportunidade de iniciar o acompanhamento adequado por meio do encaminhamento aos serviços especializados de oftalmologia locais", reforçou o CBO em nota.