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Censo 2022: quilombolas vivem em áreas rurais

O Censo 2022 revelou que a população quilombola vive, em sua ampla maioria (61,7%), em áreas rurais. Nos Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, o percentual chega a 87,37%. As informações foram divulgadas hoje (09) pelo IBGE na publicação "Censo 2022: Quilombolas - Principais características das pessoas e dos domicílios, por situação urbana ou rural do domicílio". O evento de divulgação ocorre hoje, às 10h, no Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na cidade de Juiz de Fora (MG).

A publicação traz, pela primeira vez, uma série de temas com recorte para situação rural e urbana, exclusivamente para o universo da população quilombola. Entre eles, dados sobre sexo e idade, alfabetização, registro de nascimento, além de características dos domicílios com pelo menos um morador quilombola quanto ao saneamento básico, composição domiciliar e óbitos registrados. "A situação urbana ou rural dos domicílios é decisiva para o dimensionamento adequado das políticas públicas, principalmente aquelas relacionadas à escolarização e ao saneamento básico", esclarece Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE. "Os números mostram situação absolutamente divergente do conjunto da população brasileira, majoritariamente urbana (87,41%). Esse fato implica um conjunto de especificidades dessa população, que precisam ser consideradas na elaboração e execução de políticas públicas", complementa.

Distrito Federal (97,05%), Rondônia (81,61%), Goiás (72,97%) e Rio de Janeiro (72,72%) se destacam por ter mais de 70% de sua população quilombola residindo em situação urbana. Por outro lado, Piauí destaca-se como o Estado com maior percentual de pessoas quilombolas residindo em contexto rural (87,87%), seguido de Amazonas (84,92%) e Maranhão (79,74%).

Considerando pessoas quilombolas em territórios delimitados, os maiores percentuais urbanos estão nas regiões Centro-Oeste (20,9%) e Sul (20,5%). Na Região Norte está o menor percentual, com 3,66%.Em quatro Unidades da Federação, mais de 90% da população quilombola em situação rural tem seu domicílio localizado fora de Territórios Quilombolas: Alagoas (97,32%); Minas Gerais (94,41%); Bahia (93,24%); e Pernambuco (90,19%).