Segundo dados do Ministério da Saúde a Coqueluche, doença que não aparecia desde 2021, registrou aumento superior a 1.000% em 2024. A queda na cobertura vacinal é apontada como a principal causa do crescimento da doença, que é altamente contagiosa e pode levar a complicações graves, especialmente em crianças menores de um ano.
A coqueluche apresenta sintomas iniciais semelhantes aos de uma gripe, como febre baixa e cansaço, mas pode evoluir para crises intensas de tosse, dificuldades respiratórias e, em casos graves, internações.
Segundo o Dr. Marcelo Carvalho, biomédico e professor da Unigranrio Afya e coordenador da SMS Rio, a coqueluche é uma infecção respiratória altamente contagiosa, quando uma pessoa não vacinada entra em contato com uma pessoa doente. Os sintomas costumam surgir, em média, de uma a duas semanas desde a infecção. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com uma pessoa doente por meio de gotículas eliminadas por tosse e espirro. Por isso, a recomendação de uso de máscaras perto de outras pessoas caso tenha sintomas gripais é válida e a vacinação é fundamental.
O diagnóstico clínico, em estágios iniciais, pode ser difícil se assemelhando a um resfriado. O diagnóstico diferencial deve ser tratado a rigor e pode ser realizado por coleta de swab de nasofaringe e realização de cultura in vitro ou através da técnica que ficou bem conhecida durante a pandemia de covid 19 que é a técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) para análise de cunho molecular. O tratamento inclui antibióticos que reduzem o período de transmissão e aceleram a recuperação. Ferramentas como o Radar Whitebook, que monitora indicadores epidemiológicos, apontam um aumento expressivo nas buscas sobre a doença em 2024, reforçando a preocupação da comunidade médica com a tendência de alta.
A vacinação é a principal forma de prevenção e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças, com doses de reforço até os 12 anos. Durante a gravidez a vacinação protege o bebê até os seus meses de vida, período em que os riscos para a criança são maiores. Adultos devem se vacinar a cada 10 anos para garantir a proteção contra a doença. O agente causador da doença é uma bactéria que chamamos de bordetella pertussis e a principal forma de prevenir a doença é por meio de vacinação, iniciando quando ainda bebê através da vacina pentavalente (DTP Hib Hepatite B), que confere imunização para difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo haemophilus influenzae B, com 2, 4 e 6 meses de idade necessitando ainda o 1º reforço aos 15 meses de idade com a tríplice bacteriana (DTP) e 2 º reforço aos 4 anos de idade.