O CEO da Palantir Techonologies, Alex Karp, defendeu o trabalho que sua empresa faz para o departamento de imigração e alfândega (conhecido nos Estados Unidos pela sigla ICE) do presidente Donald Trump.
O serviço se tornou símbolo da política de deportações utilizada pelo governo norte-americano. A Palantir constrói plataformas para analisar dados complexos integrados a inteligência artificial. Os softwares têm sido usados por governos em tomadas de decisões sobre segurança nacional. Também é popular nos setores financeiro, de saúde e industrial.
A participação de Karp no DealBook Summit, evento organizado pelo jornal The New York Times, realizado na última quarta-feira (3), chamou a atenção também por vídeo divulgado em que ele, inquieto, não para de se mexer na cadeira e gesticular. Faz isso enquanto fala sobre rumos que a Palantir tomou e que no passado foram vistos como "estúpidos".
"A crítica que eu recebo em Wall Street é de ser um idiota arrogante. Ok, ótimo. Julgue-me pelo meu sucesso", disse, defendendo que todos os CEOs deveriam ser assim.
Segundo ele, ser arrogante é uma filosofia de risco, um mecanismo de sobrevivência necessário para um líder que quer acertar mesmo quando suas decisões são vistas como impopulares.
A Palantir tem contratos avaliados em centenas de milhões de dólares com o governo Trump, inclusive com aplicativos usados por oficiais de imigração a atingirem metas de deportações.
"Eu me importo sobre duas coisas: me importo com imigração e no restabelecimento na capacidade de convencimento da América sem uma visão colonialista neoconservadora. Nesses dois aspectos, o presidente [Trump] tem tido bom desempenho".
Alex Karp também se irritou com a pergunta que questionou se ele considerava Donald Trump fascista.
"Claro que não. Acho que isso é bem estúpido, na verdade", rebateu o CEO.
O empresário se tornou uma das figuras mais controversas dos Estados Unidos por causa de seu alinhamento com Donald Trump e sua postura "anti-woke", que é contra políticas sociais e abraça preconceitos conservadores do país. Isso significou uma mudança de postura de quem, no passado, foi doador do partido Democrata. Seu papel na política de imigração gera intensos debates sobre a vigilância dos cidadãos e direitos humanos.
Ele negou que tenha montado sistemas para vigiar a vida de cidadãos americanos, mas defendeu o uso contra os declarados 'inimigos do país'.