Por: Jorge Vasconcellos

Líderes dos países mais tarifados por Trump, Lula e premiê da Índia conversam por telefone

Narendra Modi e Lula | Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Lula (PT) telefonou para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, nesta quinta-feira (7). Em cerca de uma hora, eles discutiram o cenário econômico internacional e a imposição de tarifas unilaterais pelos Estados Unidos. Brasil e Índia são, até o momento, os que enfrentam as maiores taxas entre os países afetados pelo tarifaço do presidente Donald Trump.

“Ambos reafirmaram a importância em defender o multilateralismo e a necessidade de fazer frente aos desafios da conjuntura, além de explorar possibilidades de maior integração entre os dois países”, diz comunicado divulgado pelo Palácio do Planalto.

No último dia 30, o presidente Donald Trump anunciou tarifas de 25% sobre os produtos da Índia, mesmo sendo o país asiático um aliado dos Estados Unidos. Uma semana depois, alegando que a Índia importa direta ou indiretamente petróleo russo, um novo decreto norte-americano impôs tarifa adicional de 25% ao país asiático, elevando o percentual para 50% – o mesmo praticado aos produtos brasileiros.

Nesse contexto, durante o telefonema de hoje, os dois líderes reafirmaram a meta de aumentar o comércio bilateral para mais de US$ 20 bilhões até 2030. Para isso, concordaram em ampliar a cobertura do acordo entre MERCOSUL e Índia. Trocaram informações sobre as plataformas de pagamento virtual dos dois países, incluindo o PIX e a UPI indiana.

BRICS

Ainda na conversa, Lula também recordou os importantes resultados da visita de Estado que o premiê indiano fez ao Brasil em 8 de julho.

Nesse contexto, confirmaram a realização de visita de Estado do presidente Lula à Índia no início do próximo ano. Como etapa preparatória da visita, acordaram que o vice-presidente Geraldo Alckmin irá à Índia em outubro próximo, por ocasião da reunião do Mecanismo de Monitoramento de Comércio. A delegação contará com ministros e empresários brasileiros para tratar de cooperação na área comercial, de defesa, energia, minerais críticos, saúde e inclusão digital.

Falaram também sobre os êxitos da Cúpula do BRICS no Brasil e em trabalhar juntos para a transição da próxima presidência do bloco que estará a cargo da Índia.